Daniel Guimarães de Oliveira é médico Especialista em Medicina Interna, dedicado à Imunologia Clínica. Membro da equipa da Unidade de Doenças Auto-Imunes do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Penafiel, e do IMEI – Instituto Médico de Estudos Imunológicos (Porto), é estudante do programa doutoral em Ciências Médicas no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), onde também é docente.
A desenvolver a sua investigação na UMIB – Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica e no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da U.Porto, o jovem médico e investigador destacou-se recentemente ao vencer a primeira edição da Bolsa de Doutoramento Nuno Grande (BDNG), com o projeto de investigação «DySLE – Disfunção celular e disbiose intestinal no Lúpus Eritematoso Sistémico».
O projeto vencedor da BDNG estuda precisamente a forma sistémica do Lúpus, uma doença crónica autoimune que, em Portugal, afeta cerca de 10.000 pessoas. O objetivo de Daniel Guimarães de Oliveira passa por procurar mecanismos que medeiam a transição entre atividade e remissão da doença. Afinal, um melhor conhecimento destes ajudará doentes e médicos a privilegiarem e promoverem a qualidade de vida.
Naturalidade? Massarelos, Porto
Idade? Biológica ou “anímica”? É que há muito quem diga que já nasci velho; é possível que não sejam equivalentes…
– Do que mais gosta na Universidade do Porto?
Do modo discreto com que sabe representar a cidade e o seu espírito e de como sabe acrescer-lhe, ainda assim, algo inovador. Dá provas de excelência sem pretensiosismo; cria-se das suas gentes, mas sabe acolher quem a procura e apoia quem dela parte. Aproveita, naturalmente, as suas vantagens, mas não baixa os braços só porque é difícil a missão. No final, gera algo de novo que partilha com gosto. U.Porto é Porto e vice-versa.
– Do que menos gosta na Universidade do Porto?
Teria de escolher a dispersão, física, dos seus espaços. “Longe da vista, longe do coração”.
– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?
Promover a multidisciplinariedade.
– Como prefere passar os tempos livres?
Tempos livres? (qualquer uma das opções abaixo será uma boa companhia)
– Um livro preferido?
David Copperfield ficou-me marcado desde tenra idade. Todo o Eça é inspirador. Pessoa quando me sinto macambúzio.
– Um disco/músico preferido?
Tantos? Tenho conhecido muitos ao sabor do Spotify nos últimos anos. Isso quererá dizer que afinal é nenhum? Vou dizer Ornatos Violeta porque não consegui ir vê-los à Queima.
– Um prato preferido?
Francesinha (não vamos entrar em detalhes sobre constituição, preparo e local para não incitar à guerra civil).
– Um filme preferido?
Kill Bill. Io sono l’amore, de Luca Guadagnino impressionou-me desde a primeira vez que o vi. Sou fã de Hitchcock desde que me lembro e um objectivo é ver toda a cinematografia, por ordem cronológica e sem interrupções.
– Uma viagem de sonho?
Não tenho; a não ser que dizer “a todo o lado” conte. Se o sonho fosse um sítio apenas não chegaria para alimentar a viagem.
– Um objetivo de vida?
Fazer sempre o meu melhor.
– Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)
Todos os que vieram antes de nós; sem eles (e elas) não estaríamos aqui. Porque as sentimos na pele, achamos que as nossas dificuldades são sempre as mais extremadas. Com o tempo tenho aprendido a empatizar com o que terão sofrido – e como se desenvencilharam! – os nossos antepassados. Se isso não é inspiração!
-O projeto da sua vida…
Sou demasiado novo para ter um projeto de vida e demasiado velho para achar que possa ser só um.
– Uma ideia para promover a investigação da U.Porto a nível internacional?
A U. Porto tem sabido promover a sua investigação e resultados a nível internacional, como têm demonstrado variados rankings. Para continuar a melhorar? Acredito que seja importante investir e apoiar as pessoas. Não apenas, ou necessariamente, de forma monetária, mas investir em oportunidades – para ensinar, para colaborar, para interligar, para divulgar, para crescer. A U. Porto promove-se a nível internacional sempre que um de nós espalha a sua mensagem.