Medicina era a sua primeira opção, na altura de escolher o percurso universitário. Mas as voltas da vida (e o seu gosto pela Matemática e pela Física) acabaram por levar Catarina Nunes ao Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica na Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP). “Apaixonei-me pelo curso e pelo ambiente descontraído que este proporcionava”, não se mostrando arrependida pela decisão.

Mas nem só de engenharia vive a mulher e no coração de Catarina vive também o desporto, em especial o squash. Com uma raquete na mão e os livros da faculdade na outra, a finalista da FEUP divide o seu tempo da melhor forma possível.

“Nem sempre é fácil conciliar o meu percurso académico com o desportivo. Já tive de abdicar de eventos sociais para treinar e estudar, mas sempre tive o apoio de amigos e familiares. Agora que me encontro na reta final, a fazer a minha dissertação de mestrado, olho para trás com orgulho ao pensar nas escolhas e oportunidades que tive”, confessa.

O percurso de Catarina Nunes no squash começou em 2007, com apenas 9 anos. Com representações nacionais em todos os escalões, detém o título de Campeã Nacional desde 2013. E a saga continua. No final do mês de abril, a atleta do Proracket Squash e Padel ajudou a seleção feminina de Portugal a conquistar o segundo lugar no European Team Championship Division 3, garantindo desta forma a subida à 2.ª divisão em 2023.

Catarina com a equipa de Portugal que conquistou o 2.º lugar no European Team Championship Division 3 de 2022, que teve lugar na Eslovénia.

Grande dominadora da modalidade na última década em Portugal, a futura engenheira também tem brilhado com as cores da Universidade, com as quais se sagrou tetracampeã nacional universitária de Squash. “Na medida em que o squash é um desporto individual, representar a U.Porto faz-nos sentir parte de uma equipa, ou seja, sinto o orgulho de vencer pela minha Universidade”, dizia a estudante em 2020, após conquistar o seu quarto título consecutivo.

Na mesma entrevista, Catarina Nunes elegia “a paixão pelo squash e o mau perder” como “segredos” para o sucesso, que a levam “a dar tudo”, não só nas competições como em cada treino.

Além do desporto, a estudante de Engenharia Mecânica também se dedica ao associativismo. Juntou-se desde cedo à Associação de Estudantes da FEUP e permanece atualmente como Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Catarina Nunes é a atual tetracampeã nacional universitária de Squash. (Foto: FADU)

– Naturalidade? Portuguesa.

– Idade? 23 anos.

– De que mais gosta na Universidade do Porto?

Do ambiente desafiante que proporciona aos seus estudantes.

– De que menos gosta na Universidade do Porto?

Não haver mais interligação entre faculdades.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Mais interligação entre faculdades.

– Como prefere passar os tempos livres?

A jogar squash, a ouvir música ou a ver uma série de televisão.

“Já tive de abdicar de eventos sociais para treinar e estudar, mas sempre tive o apoio de amigos e familiares”, confessa Catarina.

– Um livro preferido?

O Monge e o Executivo, de James C. Hunter .

– Um disco/músico preferido?

Geography, de Tom Misch.

– Um prato preferido?

Bacalhau na brasa.

– Um filme preferido?

Predistination, de Michael and Peter Spierig.

– Uma viagem de sonho?

Japão.

– Um objetivo de vida?

Abrir o meu próprio clube de squash.

– Uma inspiração?

Paulo Ferreira, o meu preparador físico.

“Um objetivo de vida? Abrir o meu próprio clube de squash.”

– O projeto da sua vida…

Tornar-me um exemplo para todas as atletas de squash em Portugal. Explicar que é possível ter uma carreira profissional bem-sucedida, mantendo, ao mesmo tempo, a alta performance no desporto que tanto gosto.

– Para todos aqueles que, depois de uma lesão, não sabem como se erguer?

Nunca desistam, sei que parece clichê, mas o que importa não é o número de vezes que caímos, mas sim o número de vezes que nos levantamos.