Carolina Lemos iniciou o seu percurso na Universidade do Porto  em 2002, quando ingressou na licenciatura em Biologia pela Faculdade de Ciências (FCUP). Doze anos depois, a investigadora é a primeira autora de um artigo sobre a Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF) publicado na prestigiada revista “Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry”, que pode abrir portas para uma deteção e um tratamento mais precoces da doença.

Foi no Instituto de Biologia Molecular e Celular, no Porto (IBMC) que Carolina  iniciou o estudo genético e epidemiológico de doenças como a enxaqueca, no âmbito do doutoramento em Ciências Biomédicas no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Contudo, foi um projeto de pós-doutoramento no mesmo laboratório, na área da genética, que trouxe progressos no estudo da PAF.

Também conhecida como “doença dos pezinhos” ou paramiloidose, a PAF é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal. A investigação de Carolina Lemos e  Alda Sousa (coordenadora da equipa) mostra que existe um agravamento da doença ao longo das gerações, mas que a idade em que se manifesta também depende do sexo do progenitor que a transmite e da descendência que a herda. É no sentido de descobrir mais fatores genéticos ligados à variação da idade de início da paramiloidose que Carolina Lemos, atualmente professora auxiliar convidada no ICBAS, onde dá aulas de Genética, trabalha diariamente.

Idade?

34 anos.

De que mais gosta na Universidade do Porto?

Como foi na U.Porto que iniciei os meus estudos académicos, há um carinho muito grande por todas as instituições que passei, onde sempre fui bem acolhida. E na Universidade existem grandes projetos e excelentes investigadores com mérito reconhecido.

De que menos gosta na Universidade do Porto?

Penso que deveria haver mais interação entre as diversas faculdades, a nível pré-graduado e a nível de colaborações entre projetos.

Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Seria excelente se a Universidade tivesse mais hipóteses de ajudar os projetos dos seus investigadores e se conseguíssemos esse intercâmbio entre faculdades.

Como prefere passar os tempos livres?

A ouvir música, a ler e desde há uns anos, a dança tornou-se uma paixão dos tempos livres. Passear à beira-mar continua a ser também algo que me sabe muito bem.

Um livro preferido?

“Os Maias “de Eça de Queiroz foi sem dúvida um livro que me marcou. Mas como adoro ler, tenho vários que me apaixonam.

Um disco/músico preferido?

Michael Bublé é sem dúvida o músico que me cativa mais atualmente.

Um prato preferido?

Uma lasagna acompanhada depois de uma sobremesa é algo que me delicia.

Um filme preferido?

“Comer, Orar e Amar” porque gostei muito do livro e porque fala sobre viagens que é algo que me apaixona.

Uma viagem de sonho (realizada ou por realizar)?

Paris e São Francisco foram cidades que me cativaram. Ultimamente tem crescido a vontade de conhecer a Índia, mas Itália continua a ser a viagem de sonho por realizar.

Um objetivo de vida?

Fazer o que gosto, todos os dias. Sem esse ingrediente, nenhum objetivo é conseguido.

Uma inspiração? (pessoa, livro, situação…)

Todas as pessoas de quem eu gosto, são inspirações para mim.

Uma descoberta que gostasse de fazer?

Descobrir mais fatores genéticos ligados à variação da idade de início da paramiloidose.

Uma ideia para promover a investigação da U.Porto além-fronteiras?

A presença nos congressos internacionais, que ajudam a divulgar o trabalho que é feito cá.