Com apenas 28 anos de idade, Bárbara Caetano da Mota é uma das jovens promessas da investigação em Neurociências. Recentemente contemplada com a Bolsa Pepe, no valor de 18 mil euros, a cientista da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do CINTESIS tem focado a sua investigação no cérebro e sonha contribuir com avanços científicos para a melhoria da qualidade de vida.

Bárbara Caetano da Mota nasceu a 13 de julho de 1996, em Viseu, mas é natural de Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Licenciou-se em Biologia pela Universidade de Aveiro, em 2015, e concluiu o mestrado em Neurobiologia na FMUP, em 2020. Foi apenas quando teve oportunidade de fazer um estágio curricular na FMUP que descobriu o seu verdadeiro interesse pelas Neurociências e pela investigação.

Em 2021, começou a trabalhar como bolseira de Investigação no projeto HEALTH-UNORTE, financiado pelo NORTE2020 e Portugal2020, e, em setembro deste ano, ingressou no doutoramento em Neurociências na FMUP.

Com base no trabalho que desenvolve, foi galardoada com uma bolsa de investigação pelo Laboratório Associado RISE, com sede na FMUP, no âmbito do RISE Day 2024, que decorreu no dia 23 de outubro, no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Neste momento, a investigação de Bárbara Caetano da Mota visa, fundamentalmente, “reverter os efeitos deletérios que o consumo de dietas hipercalóricas tem ao nível dos neurónios do hipocampo”, recorrendo a polifenóis naturais e a fármacos tipicamente usados para tratar a diabetes mellitus tipo 2.

Bárbara Caetano da Mota recebeu a Bolsa Pepe, no valor de 18 mil euros, das mãos do antigo futebolista do FC Porto e da Seleção Nacional. (Foto: DR)

Idade? 28 anos

Naturalidade? Aguiar da Beira

– Do que mais gosta na Universidade do Porto?

O que mais gosto na Universidade do Porto é da capacidade de conseguir evoluir na oferta formativa e educativa, com visão constante na inovação e na interligação de diferentes áreas científicas.

– Do que menos gosta na Universidade do Porto?

O que menos gosto é a demora na gestão de processos burocráticos e administrativos, como a inscrição em unidades curriculares. Outro ponto menos positivo, mas transversal à academia e não apenas à U.Porto, é a limitação de verbas para projetos científicos e a carência de infraestruturas específicas. Na atualidade, e como estudante de doutoramento, considero que a falta de apoio psicológico para estudantes que têm de lidar com a pressão da investigação, e para os quais muitas vezes não existe equilíbrio entre as exigências do doutoramento e da vida pessoal, é uma questão cada vez mais importante.

– Uma ideia para melhorar a Universidade do Porto?

Com base nos pontos menos positivos, considero que iniciativas de apoio psicológico poderiam ser muito benéficas, ajudando a combater o esgotamento académico e a melhorar a qualidade de vida dos estudantes. Aliada a este ponto, considero também que a criação de workshops em competências não-técnicas e transferíveis, como comunicação, gestão de tempo e de projetos, poderia ser uma forma de preparação para a carreira e enriquecimento curricular.

– Como prefere passar os tempos livres?

Nos meus tempos livres gosto de passar tempo com amigos e família. Aproveito também para ler um livro, ver uma série ou apenas pôr o sono e o descanso em dia.

– Um livro preferido?

Não tenho um livro preferido, mas tenho um estilo preferido – thrillers – e tenho alguns autores preferidos, como Freida McFadden, Holly Jackson, Lisa Jewl, Alex Michaelides e JP Delaney.

– Um disco/músico preferido?

A cantora que mais ouço é a Billie Eilish, mas o que ouço depende muito do momento. Na música portuguesa, uma banda que está entre as minhas preferidas são os Ornatos Violeta.

– Um prato preferido?

Prato preferido de carne: Arroz de pato. Prato preferido de peixe: Sushi.

– Um filme preferido?

Não tenho nenhum filme preferido, mas, tal como nos livros, os meus filmes de eleição são os thrillers. O thriller mais recente que voltei a rever foi o Shining, de Stanley Kubrick. Dois filmes que recomendo sempre são Gone Girl e Black Swan.