Ao todo são cerca de 40 peças do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP) que integram a exposição temporária Fernão de Magalhães – Pelos Mares do Mundo Inteiro que se encontra patente, desde o passado dia 27 de junho, no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR).

O principal foco desta exposição é a a primeira viagem de circum-navegação (1519-1522) concebida e comandada por Fernão de Magalhães (1490-1521), e, posteriormente, concluída por Sebastián Elcano. O visitante é integrado num circuito que faz o levantamento das principais descobertas que esta expedição permitiu, e que contribuíram para um conhecimento mais profundo do planeta, nomeadamente no caso do Oceano Pacífico.

Esta espécie de navegação pelo espaço expositivo apresenta um conjunto de peças do MHNC-UP, que constituem exemplares da cultura material dos povos da Melanésia, uma região da Oceânia e não só. Entre eles estão uma escultura funerária “Malangan”, proveniente da Ilha de Nova Irlanda, Papua Nova Guiné). Há também um escudo de proa de canoa (Médio Sepik, Papua Nova Guiné), que servia para proteger a embarcação e os seus ocupantes, uma máscara didagur (Karawari, Papua Nova Guiné), associada a rituais de passagem e de transmissão de tradições aos rapazes, e um conjunto de painéis pintados, originários do Estuário do Sepik, Papua Nova Guiné.

O espólio cedido pela U.Porto inclui ainda pentes, colares, adornos de cabeça, tigelas cerimoniais, um peixe-ouriço, uma carapaça de tartaruga, entre outras peças que surgem “para que os visitantes possam ter contacto com as culturas do Pacífico, tal como os navegantes tiveram. Criam um ambiente de contacto com as novas culturas, bem como com novos animais e plantas”, apresenta Rita Gaspar, curadora das coleções de Arqueologia, Etnografia e Antropologia biológica no MHNC-UP.

Para além de documentos provenientes de arquivos nacionais e estrangeiros, de cartografia, tratados e correspondência vária, o espólio Fernão de Magalhães – Pelos Mares do Mundo Inteiro inclui o célebre Tratado de Tordesilhas (celebrado em 1498 pelo Reino de Portugal e pela Coroa de Castela para dividir as terras “descobertas e por descobrir” por ambos os países), do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Iniciativa da Direção-Geral do Património Cultural, através do Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), e em parceria com a Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Primeira Circum-Navegação, a exposição vai estar até 16 de outubro.

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