Com a duração de cerca de 15 minutos, as sessões são orientadas por técnicos do Centro de Desporto da U.Porto. (Foto: U.Porto)

Desde o início de fevereiro que as cadeiras, armários e mesas dos colaboradores da Reitoria da Universidade do Porto servem para muito mais do que trabalhar. Ali fazem-se também flexões, alongamentos, “pranchas” e agachamentos…  E tudo por causa da “Pausa Ativa”, um projeto lançado pela Pró-Reitoria para o Desporto e Qualidade de Vida da U.Porto com o objetivo de combater o sedentarismo e promover a saúde e qualidade de vida junto dos trabalhadores da instituição.

“Este projeto surge quase num contexto de ginástica laboral, em que o que se pretende é promover estilos de vida ativos entre os colaboradores”, começa por apresentar Joana Carvalho, Pró-Reitora da U.Porto responsável pela iniciativa.

Mas desengane-se quem imagina um “ginásio” improvisado num qualquer recanto da casa-mãe da Universidade. Com a duração de cerca de 15 minutos, as sessões acontecem nas próprias salas de trabalho, aonde os técnicos do Centro de Desporto da U.Porto (CDUP-UP) se deslocam duas vezes por semana. “A ideia é que a Pausa Ativa aconteça no próprio local de trabalho, sem que as pessoas tenham que ter qualquer equipamento especial. O técnico chega e, durante 15 minutos, faz-se uma pausa no tempo sedentário”, explica a responsável.

E o que acontece, afinal, nestas “pausas”? “O objetivo é ajudar as pessoas a reforçar alguns grupos musculares, contrariando um bocadinho o excessivo tempo sedentário que existe em quase todas as nossas atividades laborais”. Pelo meio, ouvem-se conselhos nutricionais e também se corrigem posturas. “O principal erro é passarmos muito tempo sentados. Devíamos levantar-nos a cada um hora, nem que seja para ir buscar água”, aconselha Joana Carvalho.

Os resultados, esses, são garantidos e, garante a Pró-Reitora, vão muito para além da atividade física propriamente dita. “Ao contrário do que se possa pensar, a própria produtividade das pessoas aumenta. São apenas 15 minutos, mas que permitem tirar um proveito muito maior para o resto do dia, até pela vertente de socialização que isto envolve”.

Certo é que, menos de um mês após o arranque do projeto, “o “feedback tem sido muito positivo” entre os funcionários da Reitoria. Que o diga Rita Sinde, colaboradora do Gabinete de Inovação Pedagógica da U.Porto, que já não abdica das “pausas” matinais às segundas e quintas-feiras. “De uma forma geral, todos passamos muito tempo sentados, em frente ao computador ou em reuniões. A pausa ativa permite-nos exercitar o corpo e também dar descanso ao cérebro. Como consequência, quando retomamos, estamos mais concentrados, mais atentos. Deixamos de trabalhar em piloto automático”.

Já Nuno Regadas, da Unidade de Tecnologias Educativas, fala de uma  iniciativa muito positiva”, que “permite alterar a rotina diária e melhorar o espírito das equipas, já para não falar nos benefícios físicos.” Uma ideia corroborada por Filomena Mesquita, do Serviço de Comunicação e Imagem, que elogia o que considera “um momento de convívio, de relaxamento físico e mental”.  Rendida à “máxima de corpo são e mente sã” no local de trabalho está também Joana Trindade, do Serviço de Formação e Organização Académica. Ainda assim… “A melhor parte? O que partilhamos entre nós enquanto equipa. Esta iniciativa criou-nos o bichinho de fazermos atividade física juntos!”.

Conquistados que estão os colaboradores da Reitoria e dos Serviços Partilhados da U.Porto (SPUP), a Pausa Ativa não quer , contudo, ficar-se por aqui. A ideia “é alargar o mais rapidamente possível às diferentes unidades orgânicas e pôr toda a Universidade a mexer!”, projeta Joana Carvalho.

A Pausa Ativa vem assim reforçar a estratégia de promoção da atividade física que já envolve milhares de estudantes da U.Porto, e que chega agora aos colaboradores da instituição. Outras iniciativas em curso incluem a disponibilização das U-Bike’s para utilização dos funcionários de forma a que “as pessoas possam usar um meio de transporte mais ativo”. Em ambos os casos, conclui Joana Carvalho, a ideia é “fomentar a atividade física como uma rotina do nosso dia-a-dia, mesmo no contexto laboral”.