São prémios que pretendem distinguir pessoas individuais, empresas e organizações que mais se destacam em Portugal na área do ambiente. Paulo Magalhães, investigador do Centro de Investigação Jurídico-Económica (CIJE) da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, onde completou o pós-doutoramento, e mentor de vários projetos ambientalistas, arrecadou o primeiro prémio dos Prémios Verdes Visão, na categoria Inspiração.

Paulo Magalhães é jurista, fotógrafo, membro do conselho geral da organização ambientalista ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável e fundador e presidente da Casa Comum da Humanidade. Doutorado em Ecologia-Humana, tem ainda um pós-doutoramento sobre o estatuto jurídico do clima.

O júri dos Prémios Verdes Visão decidiu premiar Paulo Magalhães “graças à sua investigação, a Lei de Bases do Clima de 2021”, que define como objetivo da diplomacia portuguesa o “reconhecimento pela ONU do Clima Estável como Património Comum da Humanidade”. A Casa Comum da Humanidade é a única ONG portuguesa acreditada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e foi uma das seis convidadas para o Fórum de Governação Global da ONU75.

O investigador do CIJE/FDUP considera “muito relevante” a atribuição deste prémio, principalmente para o projeto que está sediado na U.Porto. “É sinal de que começa a ser reconhecido”. Foi uma novidade, “já começou a ser aceite internacionalmente” e esta “primeira distinção a nível nacional surge como algo que nos inspira para o futuro, para o alcance de nova visão de como abordar estas questões ambientais”.

A cerimónia de entrega dos prémios Verdes Visão decorreu no passado dia 5 de junho, na Fábrica da Água de Alcântara, e contou com presença do Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e com uma intervenção de Carlos Moedas, Presidente da Câmara de Lisboa.

A iniciativa recebeu centena e meia de candidaturas para as 10 categorias a concurso. Da avaliação liderada pelo júri composto por Filipe Duarte Santos, Viriato Soromenho Marques, Catarina Albuquerque, Sofia Santos, Pedro Matos Soares, José Furtado e Mafalda Anjos, resultou a entrega de 11 prémios e 14 menções honrosas.

Sobre a Casa Comum da Humanidade

O projeto da Casa Comum da Humanidade assenta na premissa e que a preservação do ambiente deve ser uma preocupação de todos, já que as alterações climáticas constituem um tragédia à escala global. Não é possível nenhum estado decretar que não adere às alterações climáticas, uma vez que a poluição está dispersa por todo o planeta.

Este projeto internacional pretende garantir a preservação das condições de habitabilidade do planeta através de um novo modelo de governação global dos recursos naturais, onde é utilizado um inovador sistema de contabilidade ambiental e económica que compensa quem conserva e valoriza a Natureza e penaliza quem a destrói.

Foi, precisamente, para dar corpo ao projeto, foi criada a associação Casa Comum da Humanidade, com sede na Universidade do Porto.