Reitoria da U.PortoPintura, dança e conversas sobre o tema da complexidade cumprem apenas parte da proposta. Há também uma exposição, que inaugura no dia 6 de outubro, e apresenta trabalhos de estudantes e alumni da Faculdade de Belas Artes (FBAUP). Ou então um autorretrato de Cruzeiro Seixas e fotografias de estudantes da Faculdade de Ciências (FCUP) de macromoléculas biológicas. Um programa cheio de “Complexidade – Conversas Interdisciplinares” que se vai prolongar pelo mês de outubro, na Reitoria da Universidade do Porto.

Começamos pelo 2.º ato deste programa, agendado para 15 e 16 de outubro, dias de cruzamentos improváveis que vão sentar no sofá do Salão Nobre da “casa mãe” da Universidade nomes como Júlio Machado Vaz, médico psiquiatra e sexólogo, Rosa Maria Martelo, docente da FLUP e escritora, José Luís Fernandes, investigador do Centro de Ciências de Comportamento Desviante da FPCEUP e escritor, Jorge Pinho de Sousa, docente da FEUP premiado com o “MIT-Portugal Education Innovation Awards”, João Relvas, neurocientista do IBMC, entre outras personalidades ligadas às áreas da arquitetura, das indústrias criativas, etc. Com estas “Conversas Interdisciplinares – Complexidades” pretende-se criar uma “relação entre interdisciplinaridade e complexidade”, nomeadamente a complexidade inerente às diferentes áreas do conhecimento e aos “problemas concretos que se levantam hoje a nível global”, projeta Maria Clara Paulino, comissária da Mesa Redonda.

Considerando que a interdisciplinaridade ocupa hoje um lugar de destaque em alguns contextos académicos mundiais, a também investigadora da universidade americana de Winthrop lançou um conjunto de reptos aos intervenientes: Qual a necessidade, ou o eventual benefício, de uma abordagem interdisciplinar? Que obstáculos se levantam e como podem ser contornados? Esta mudança de uma abordagem disciplinar para um modelo interdisciplinar que transformações acarreta a nível cognitivo? É com base nestas perguntas/premissas que “propomos dar início, na Universidade do Porto, a um debate sobre a interdisciplinaridade como método cognitivo particularmente bem adaptado à crescente complexidade em que nos movemos, quer em cada área de conhecimento, quer nas relações que estas estabelecem entre si e na resposta da academia a questões que se colocam a nível global”.

No dia 16, a Mesa Redonda vai contar com uma palestra de David Ingleby. Este investigador do Centro para as Ciências Sociais e Saúde Global da Universidade de Amesterdão lidera projetos europeus relacionados com a saúde física e mental de migrantes e refugiados. A palestra incidirá sobre as questões que se levantam no terreno, reportando-se a situações que requerem uma colaboração interdisciplinar, transversal a todas as etapas de desenvolvimento de projetos.

As representações visuais e sonoras do tema “Complexidade” ficam a cargo de Catarina Miranda e Jonathan Saldanha. A performance de dança acontece dia 15 de outubro, logo após a conversa.

Bem antes, dia 6 de outubro, inaugura, às 18h00, “(Des)Hemisférios” com obras de estudantes de mestrado, doutoramento e alumni da FBAUP a quem foram solicitados trabalhos que, no âmbito da sua prática artística, se integrem na temática da “complexidade”. Para ver na antiga Sala de Mineralogia. As “Moléculas Magníficas”, de estudantes da FCUP, e as obras cedidas pela Fundação Cupertino de Miranda, entre as quais se encontra um autorretrato de Cruzeiro Seixas, ficarão expostas no átrio de entrada do edifício da reitoria. Após a inauguração, os trabalhos vão ficar patentes até ao final do mês. Para ver de segunda a sexta, das 10h00 às 18h00. A entrada é livre.