Encontra-se aberta até 27 de março de 2017 a segunda chamada para candidaturas ao programa RESOLVE, sediado no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto e destinado à promoção de tecnologias na área da saúde com potencial interesse de mercado. O programa está aberto a toda a região Norte, mas também a todo o país, se o projeto for executado no Norte.
Durante dois anos, o RESOLVE irá financiar um mínimo de 10 projetos até 75 mil euros/cada. Na primeira chamada o programa recebeu 26 candidaturas e há já sete equipas a receber apoio. Entre as candidaturas selecionadas incluem-se tecnologias para amputados, revestimento de cateteres para evitar infeção hospitalar, deteção de células tumorais em circulação ou implantes ósseos.
O principal objetivo do RESOLVE é criar as condições necessárias para que tecnologias inovadoras consigam dar rapidamente o salto para uma fase que desperte o interesse de investidores e assim ganharem autonomia. Segundo João Cortez, um dos membros da equipa do programa, o RESOLVE representa uma «oportunidade única para financiamento de provas de conceito, complementando outros programas de aceleração que existem no País».
Segundo Margarida Rossi, outro dos membros da equipa do programa, «a maioria das tecnologias com potencial comercial não saem da gaveta, pois os autores são conseguem atravessar aquilo que, na nossa gíria, chamamos o vale da morte». De facto, há uma etapa crucial ao desenvolvimento tecnológico que conta com poucos apoios. Essa etapa consiste, normalmente, em terminar o protótipo e provar que o conceito que o sustenta pode ter interesse de mercado. A maioria dos financiamentos disponíveis servem a fase inicial, ainda de investigação pura, ou apenas muito mais à frente no ciclo, quando a tecnologia está pronta para tentar entrar no mercado. A descoberto, fica esta fase de desenvolvimento intermédia, o denominado vale da morte.
João Cortez explica que existem já alguns prémios de inovação que, não sendo dirigidos exclusivamente a esta fase de desenvolvimento de tecnologias, podem apoiar projetos nestas condições. O RESOLVE, no entanto, vai muito além do financiamento ao acompanhar com mentoria especializada cada um dos projetos financiados e disponibilizando um conjunto de recursos e ferramentas essenciais para que o processo de valorização corra bem.
Nas palavras de João Cortez, «os novos empreendedores que têm algo promissor em mãos, muitas vezes conhecem mal as etapas que devem seguir, os pontos críticos que devem validar para provarem que o protótipo é apetecível aos mercados, ou que caminhos deverão seguir em situações muito concretas». O RESOLVE, que a equipa denomina de programa de ignição de tecnologias, existe precisamente para criar todas as condições, quer financeiras (até 75 000 euros por projeto) quer de acompanhamento e orientação quer através da disponibilização de um conjunto de ferramentas essenciais, para ultrapassar essa fase.
O concurso aos apoios pelo programa encontra-se aberto até às 18h00 do dia 27 de março.