São painéis, desenhos, fotografias, construções modulares e em papel…. Trabalhos do olhar, de 1,20 m, desenvolvidos por cerca de 70 alunos e adaptados para ambiente expositivo. Um grupo de alunos saiu da escola com pranchetas, lápis de grafite e máquinas fotográficas na mochila. Partiram à aventura, pela cidade, com um objetivo concreto: as leituras, a materialização de tudo o que iriam absorver, serviria para produzir peças para expor em museu. O resultado? Chama-se Cota 1,20 e é para conhecer, de 20 de dezembro a 29 de janeiro, no Polo Central (Reitoria) do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP).

Deixaram os portões da escola OSMOPE (Creche, Jardim de Infância e 1º Ciclo) para trás, na Rua Cosa Cabral, e avançaram em direção ao metro do Marquês. Destino: Estação de São Bento. De volta ao azul do céu, e olhando para a Rua Mouzinho da Silveira, alguém disse:  “Que rua com uma boca tão grande!!!”. Depois? Depois foi um processo de osmose, com o burburinho, as luzes, as sombras, as formas e as cores. Foi deixar o casario entrar…

Cota 1,20. (Foto: DR)

Potenciar a criatividade e o pensamento crítico

Através de “práticas educativas não formais, como a inclusão de crianças em processos de criação de conteúdos para ambiente expositivo, a Cota 1,20 pretende potenciar junto não só das crianças, mas também das famílias e das comunidades uma maior acessibilidade aos conteúdos museológicos”, apresentam Rita Brandão e Sílvia Berény, da coordenação do projeto.  É desta forma que se pretende “potenciar a criatividade, o pensamento crítico e o capital cultural destes públicos.

As estratégias e elementos de mediação utilizadas com as crianças, permitiram que surgissem “outras visões e leituras sobre o material recolhido”. A Cota 1,20 foi também uma forma de “refletir sobre a necessidade de investir na relação das crianças com os espaços “urbanos, os lugares, as funções, as ambiências”. Para isso, acrescentam as coordenadoras, é fundamental a criação  de “condições para ver, olhar, reparar, sentir, desenhar, criar, experimentar, comunicar, e por fim traduzir e transcriar”.

De resto, um museu, “como espaço público de comunicação artística”, funciona como um lugar privilegiado onde a voz das crianças poderá estar presente e potenciar novos discursos e perspetivas”.

Cota 1,20. (Foto: DR)

Descodificar a sociedade e o território onde vivem

Todo o trabalho desenvolvido a montante da exposiçã, permitiu à criança “descodificar/decifrar o ambiente urbano em que vive”, uma vez que foi envolvida e implicada “em projetos de investigação/ação sobre a descoberta da nova condição urbana e do seu leque de ofertas”. Esta ação ajudou a contrariar a sensação “opacidade” da cidade, no contexto da “da sociedade e do seu território”, mas não só.

Ao potenciar “a riqueza cultural e as formas de produção artística”,  estas práticas educativas incentivam os públicos a “tirem partido das vantagens que os Museus e outras instituições culturais podem oferecer”, concluem Rita Brandão e Sílvia Berény.

A Cota 1,20 pode ser visitada gratuitamente até 29 de janeiro, no Polo Central do MHNC-UP (entrada pela Cordoaria), de terça a domingo, das 10h00 às 18h00 (último acesso: 17h30).

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