Desenhado durante o império Inca, o Qhapaq Ñan faz-se da Colômbia até a Argentina, estendendo-se do centro do Equador até a região central do Chile e, ao sul, da costa do oceano Pacífico até as encostas orientais dos Andes. O que nos traz, então, a exposição que vai ocupar, durante os próximos meses, o Polo Central do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) ? Precipícios, dunas dançarinas comandadas por um farol, montanhas de degraus gigantes… Divergências no caminho, roupas coloridas que gritam na paisagem e uma lagoa que reflete as nuvens do céu do Perú.

Entre duas montanhas, há um caminho que vai dar a este “oásis”. Com mais ou menos pedras, mais ou menos vegetação, o que interessa é fazer o caminho. O que queríamos? Que no dia 30 de março, a partir das 18h30, fizesse este caminho connosco.

Mais de 500 anos de história

São fotografias, mas não só. Há também material audiovisual e cartográfico, com informações diversas. Tudo o que necessário para dar a conhecer ao público informação essencial, mas também algumas das particularidades do Caminho Inca. Para além de constituir um espaço arquitetónico especial, o Qhapaq Ñan representa uma grande diversidade histórica, cultural, humana e geográfica. É composto por várias rotas de caminhada que permite ligar cidades de diferentes regiões.

Mais de 500 anos após a sua construção, o caminho ainda se mantém ativo para muitos povos que continuam a utilizá-lo para comunicar e salvaguardar os seus conhecimentos ancestrais através da transmissão entre gerações.

Qhapaq Ñan: o grande caminho Inca. (Foto: DR)

Qhapaq Ñan: Uma das mais importantes criações humanas

Abrangendo zonas férteis até ao mais absoluto deserto, o Qhapaq Ñan é uma das criações humanas mais importantes da América Andina, constituída pelos países da América do Sul atravessados pela Cordilheira dos Andes (da Venezuela até a Patagónia, atravessando todo o continente sul-americano, caracterizando a paisagem do Chile, Argentina, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia).

Este complexo sistema de estradas, que acompanha a paisagem e os respetivos recursos, permitiu ligar cidades de diferentes regiões e gerar uma dinâmica interativa de valores sociais, económicos, culturais, tecnológicos e ideológicos.

O caminho funcionou como uma espinha dorsal que articulava povos, recursos e administrações que eram monitorizados a partir de Cusco (no Peru). Cinco séculos depois, o Qhapaq Ñan ainda se mantém vivo. Muitos povos continuam a utilizá-lo para comunicar e salvaguardar os seus conhecimentos ancestrais através da transmissão entre gerações.

Através do Ministério da Cultura, do Ministério de Relações Exteriores e do Projeto Qhapaq Ñan – Sede Nacional, o Peru continua a manter vivo este legado patrimonial.

Resultado de uma parceria entre a U.Porto e a Embaixada do Peru em Portugal, a exposição Qhapaq Ñan: o grande caminho Inca ficará patente no Polo Central do MHNC-UP (ao Edifício Histórico da Universidade) até 28 de maio. A entrada é livre e faz-se pelo Jardim da Cordoaria.