O SWEET_Football pretende avaliar a aplicabilidade e a segurança de uma variante do futebol recreativo – o “walking football” – em pessoas com diabetes tipo 2.

Pode o futebol ser usado como estratégia para envolver as pessoas com diabetes na prática de exercício físico? É esta a premissa do projeto SWEET-Football, liderado por uma equipa de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e que tem como objetivo avaliar a aplicabilidade e a segurança de uma variante do futebol recreativo – o “walking football” – em pessoas com diabetes tipo 2.

Desenvolvido com o apoio do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental da Administração Regional de Saúde do Norte, o projeto coordenado pelo investigador do ISPUP, Romeu Mendes, arrancou em setembro deste ano e está a testar se o “walking football” – modalidade onde se joga futebol apenas a caminhar e com redução do contacto físico – pode ser operacionalizado com segurança em indivíduos de meia-idade e idosos com diabetes tipo 2, recrutados nos cuidados de saúde primários.

Tendo em conta que o futebol é o “desporto rei” em Portugal, esta modalidade tem um potencial muito grande para ser usada como ferramenta de tratamento não farmacológico da diabetes tipo 2, especialmente pelo divertimento associado e envolvimento social.

“Nos dias de hoje, já não se discute que o exercício e a atividade física regular são um dos pilares do tratamento da diabetes tipo 2. O grande desafio reside em encontrar formas de atividade física que as pessoas gostem realmente de praticar e de modo sustentado ao longo do tempo. O divertimento parece ser uma das palavras-chave para aumentar a adesão das pessoas a este tipo de programas de modificação comportamental”, refere Romeu Mendes.

Em cada sessão do SWEET-Football é usada uma escala para avaliar o grau de divertimento dos participantes, assim como o nível de cansaço físico na realização dos exercícios.

Os voluntários, do sexo masculino, participam em três sessões semanais de exercício físico, com 60 minutos de duração, sendo acompanhados por um treinador de futebol, por um fisiologista do exercício e por um enfermeiro. Em todas as sessões, são também avaliadas a glicemia capilar, a pressão arterial, a frequência cardíaca, e são observados os pés.

O projeto, desenvolvido ao abrigo de uma bolsa de investigação da FIFA, vai decorrer até dezembro deste ano. A ideia seguinte é expandir a iniciativa para centros de saúde de todo país.