A aquacultura representa cerca de 50% da disponibilidade mundial de pescado, surgindo como a melhor alternativa ao fornecimento de pescado para a alimentação humana.

Desenvolver uma aquacultura sustentável, diminuir o impacto ambiental, maximizar o potencial de crescimento dos organismos e aumentar a diversidade das espécies para aquacultura, são os principais objetivos do projeto AQUAIMPROVSustainable Aquaculture and Animal Welfare, em curso no Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR).

Enquadrado no Programa Integrado de IC&DT MARVALOR – “Building research and innovation capacity for improved management and valorization of marine resources” e suportado pelo Programa Operacional Regional do Norte (ON.2) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o projeto visa contribuir para o desenvolvimento de novas práticas nutricionais e sanitárias com vista a produção de uma aquacultura sustentável; maximizar o potencial de crescimento dos organismos, melhorando o seu estado imunológico e resistência às doenças e ainda reduzir o stress dos organismos e aumentar o bem-estar animal, aumentando assim a qualidade do produto final.

O projeto focar-se-á particularmente na utilização de dietas à base de ingredientes vegetais, em oposição a bens escassos, caros e de elevado impacto ambiental, como a farinha de peixe e óleo de peixe. Serão também analisados suplementos alimentares, como prebióticos e ácidos aminados funcionais, no sentido de melhorar a utilização destes alimentos alternativos. O robalo, uma espécie carnívora de grande interesse para aquacultura, e o sargo, espécie omnívora com potencial para a diversificação da aquacultura, serão as duas espécies em foque neste estudo.

Com objetivo de desenvolver uma aquacultura sustentável, serão avaliados sistemas de produção integrados, envolvendo peixes, algas e moluscos. Modelos de previsão de produção que envolvem estimativas de crescimento e utilização destas novas dietas, terão o objetivo de otimizar a gestão da produção e a redução das perdas de alimento para o meio ambiente.

Recorde-se que Portugal é um dos maiores consumidores mundiais de pescado, com cerca de 60 kg/ano/ per capita contra uma média europeia de cerca de 20 kg/ano/per capita. É por isso urgente encontrar uma alternativa às pescas que têm diminuindo de modo acentuado ao longo das últimas décadas.