A spin-off  Sphere Ultrafast Photonicssediada na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), desenvolveu, juntamente com o Departamento de Física e Astronomia (DFA) da FCUP e com o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, um novo método de diagnóstico celular que permite obter de forma fácil imagens clínicas e médicas mais precisas e rápidas. Trata-se de um método minimamente invasivo e que está direcionado para o diagnóstico de doenças como o cancro e doenças neurodegenerativas.

A investigação, em que participam o docente e investigador da FCUP Hélder Crespo e os investigadores do DFA Paulo Guerreiro e Rosa Romero, foi publicada este mês na revista científica e de acesso livre Biomedical Optics Express.

O SyncRGB-FLIM permite uma observação sincronizada de marcadores fluorescentes com emissão visível no Vermelho, Verde e Azul (RGB, em inglês) ao mesmo tempo – estando esta capacidade refletida no nome “SyncRGB”. Por isso, é possível distinguir os diferentes componentes morfológicos das células (núcleo, citoplasma, etc.) diretamente numa imagem, pois estão ligados a marcadores específicos.

Estes diagnósticos celulares são importantes por serem regularmente utilizados como suporte na escolha de uma terapia médica. Para ser mais facilmente utilizado no dia a dia nos hospitais, os investigadores procuraram reduzir ao mínimo a necessidade de apoio especializado nesta técnica.

O SyncRGB-FLIM está a ser usado através de um laser ultrarápido desenhado e construído pela Sphere Ultrafast Photonics para esse efeito e que já se encontra entretanto no mercado internacional.  Como funciona esta técnica? Após a excitação das amostras biológicas com este laser, todos os marcadores emitem sinais ao mesmo tempo. Os sinais são todos medidos com um único detetor pelo que existe a necessidade de distinguir a sua origem. Para separar os sinais e distinguir os diferentes tons RGB é utilizada uma propriedade específica dos marcadores. Essa propriedade é chamada tempo de vida da fluorescência e requer a deteção do sinal com resolução temporal numa escala de tempo rápida (em termos eletrónicos), na ordem dos nanossegundos (um bilionésimo de segundo).

O próximo passo para o SyncRGB-FLIM é apresentar uma solução totalmente pronta a usar que permita levar o sistema do laboratório para um ambiente médico real, que assim poderá dispor de uma tecnologia nova e extremamente capaz para diagnósticos médicos celulares e de tecidos em clínicas e hospitais.