Com 300 milhões de anos, a Annularia noronhai foi descoberta na região do Douro. (Foto: DR)

Pedro Correia, paleontólogo do Instituto das Ciências da Terra (ICT) da Universidade do Porto e antigo estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), descobriu, em conjunto com a sua equipa, uma nova espécie de planta fóssil nos afloramentos carboníferos de São Pedro da Cova. A esta nova espécie foi dado o nome de Annularia noronhai, em homenagem ao geólogo e antigo docente da FCUP Fernando Noronha.

O estudo foi publicado no início do mês na revista científica Historical Biology. e já mereceu destaque na edição portuguesa da National Geographic.

Com 300 milhões de anos, esta nova espécie faz parte do grupo dos esfenopsídeos, plantas articuladas da família Calamitaceae, conhecidos como ‘cavalinhas extintas’, parentes do atual Equisetum (Equisetaceae), o único táxon existente da ordem Equisetales.

O paleontólogo e alumnus da FCUP Pedro Correia foi o responsável pela descoberta (Foto: Pedro Santos Ferreira/Vicacidade)

A Annularia noronhai distingue-se sobretudo pelas suas folhas lanceoladas com ápices acuminados e caudados, com mucros muito alongados.

Os mucros são descritos no estudo como sendo possíveis “ganchos” que lhes permitem agarrar-se a ramos adjacentes da planta parental ou mesmo de plantas vizinhas. Esta é uma característica morfo-funcional específica resultante de uma adaptação ecológica dentro da Bacia do Douro num ambiente intramontanhoso.

Os fósseis desta nova espécie encontram-se referenciados e armazenados nas coleções do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.

Sobre Fernando Noronha

Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências (FCUP), Fernando Noronha dedicou grande parte da sua vida ao estudo e ensino da Geologia, tendo sido o autor de mais de 50 artigos científicos publicados em revistas internacionais. Natural de Espinho, integrou a equipa responsável pela “Carta Geotécnica da Cidade do Porto” e foi presidente da Associação Portuguesa de Geólogos de 2002 a 2007. Em 2017, foi proclamado Professor Emérito da U.Porto, em cuja qualidade continua a colaborar com a FCUP, investigando e transmitindo a sua experiência e conhecimento em Economia circular de matérias primas críticas.