O próximo concerto do ciclo Música na Cidade vai apostar em dois jovens e promissores músicos. São eles o pianista Pedro Branco, de 16 anos, e o guitarrista João Marques, que atingiu este ano a maturidade. Apesar da curta idade, do currículo de ambos já constam atuações em salas como a Guilhermina Suggia, na Casa da Música, o Cineteatro de Vila do Conde, a Fundação Eng.º António de Almeida e vários auditórios municipais. O próximo palco será o da Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, pelas 18h30, do próximo dia 20 de julho.

O ritual, já conhece: bastar entrar, escolher o lugar que melhor lhe convier, e deixar a música entrar. Em forma de embalo, pintamos, desde já, o “quadro sonoro” que o aguarda. João Marques, na guitarra, vai arrancar com Johann Sebastian Bach: Prelúdio, Fuga e Allegro, BWV 998. Seguem-se Dionísio Aguado: Introdução e Rondo, Op. 2, N.º 2; Isaac Albéniz: Sevilla; Joaquín Rodrigo: Fandango e Agustín Barrios Mangoré: Un Sueño en la Floresta.

Pedro Branco, ao piano, vai começar com Domenico Scarlatti: Sonata em Mi Maior, K380 L23. O jovem músico irá continuar com Johann Sebastian Bach: Prelúdio e Fuga em Si Bemol a 3 Vozes, Livro 1, N.º 21; Ludwig van Beethoven: Sonata para Piano N.º 17 em Ré Menor, Op. 21, N.º 2, Primeiro Andamento (A Tempestade); Franz Liszt: Années de Pèlerinage, Première Année: Suisse – “La Chapelle de Guillaume Tell”; Alexander Scriabin: Estudo em Mi Maior, Op. 8, N.º 5 e Alfredo Napoleão: Soupirs du Tage, Caprice-Étude, Op. 38

Vamos ter direito a um duo? Claro que sim. A aposta recai num compositor espanhol que, apesar de tocar piano, desenvolveu um enorme interesse pela guitarra e para ela compôs a maior parte das suas obras. De Joaquín Rodrigo: Concerto de Aranjuez – Adagio.

A entrada é livre.

Apesar da curta idade, os dois músicos já atuaram nalgumas das principais salas do país. (Foto: DR)

Sobre Pedro Branco e João Marques

Pedro Branco iniciou os estudos musicais com seis anos de idade no Conservatório de Música do Porto. Aos 10 anos, entrou na Academia de Música de Costa Cabral para a classe do professor Jaime Mota.

Tem desenvolvido um entusiasmo crescente na área de composição musical e jazz, embora a prioridade seja a música erudita.

Foi por sua vez o interesse pela guitarra elétrica que levou João Marques a inscrever-se na Escola de Música de Vila do Conde aos 12 anos. Depois de ter adquirido conhecimentos básicos do instrumento e acumulado experiência profissional em inúmeras performances públicas, descobre a guitarra clássica através do professor Jorge Casimiro Silva. Em 2019, ingressou na Academia de Música de Costa Cabral. Frequentou ainda cursos de aperfeiçoamento técnico e interpretativo com Margarita Escarpa, Johannes Möller, Bokyung Byun, Dejan Ivanović, Pedro Rodrigues e Artur Caldeira.

Para além da música erudita, interessa-se   por géneros musicais como o fado e o tango. Faz parte da Orquestra de Cordas Dedilhadas do Minho e de vários grupos de música de câmara como, por exemplo, um quarteto de guitarras e um duo com guitarra portuguesa.

O ciclo Música na Cidade

O ciclo Música na Cidade nasceu para acolher propostas diversificadas, permitindo o contacto com música feita por ensembles ou solistas. A programação é realizada com base em propostas apresentadas pelos próprios músicos ou através do convite a projetos específicos.

Sem fronteiras estilísticas, o palco está particularmente adaptado a recitais acústicos, e tem recebido fundamentalmente músicos da tradição clássica ocidental, sejam já concertistas de carreira ou jovens promissores que necessitam de exposição pública. Também tem capacidade de receber grupos amplificados da área do jazz e da música experimental. O ciclo permite, num espaço central da cidade, a comunicação entre músicos e público, numa relação que se espera continuar a ser progressivamente alargada.

Peça central para a criação e continuidade do ciclo tem sido a cooperação ente a Universidade do Porto e a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Instituto Politécnico do Porto, a principal escola de formação superior musical da região, embora as propostas possam surgir de outras instituições ou músicos, considerados individualmente. Podem acolher-se também grupos musicais de caráter  mais amador, nomeadamente estudantes da U.Porto, envolvidos em projetos que se enquadrem no espaço físico e no âmbito deste ciclo de divulgação musical.

O ciclo Música na Cidade realiza-se habitualmente às quartas-feiras, ao fim da tarde ou à noite, mas também poderá abranger, por conveniência de programação ou de disponibilidade dos músicos, outros dias da semana.