Chegaram no passado dia 22 de setembro e por ali vão ficar instalados até final do ano… Falamos dos “Monstros Marinhos”, título da exposição que, por estes dias, invade o Pórtico da Reitoria da Universidade do Porto com numerosas esculturas e instalações construídas pelo artista Ricardo Nicolau de Almeida , recorrendo apenas a plásticos recolhidos nas praias portuguesas.
Todos os dias ouvimos novas notícias preocupantes sobre o plástico que chega ao Oceano: baleias que dão à costa com dezenas de quilos de plástico no estômago, plástico descoberto em grande quantidade nos fundos oceânicos, microplástico encontrado no sal marinho ou nos produtos do mar que comemos, milhões de animais marinhos mortos devido à ingestão de plástico, cerca de 10 milhões de toneladas de plástico chegam ao Oceano por ano.
A exposição “Monstros Marinhos”, organizada no âmbito das comemorações dos 20 anos do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR-UP) e da Campanha Ocean Action, retrata este admirável novo normal, em que o plástico passou a fazer parte integrante dos ecossistemas aquáticos, como uma nova espécie invasora e predadora.
Os monstros marinhos do século XXI
A exposição agora patente na casa-mãe da U.Porto recorre a uma míriade de diferentes plásticos apanhados nas praias para recriar um fundo do mar composto por grandes criaturas imaginárias, coloridos e assustadores monstros marinhos que estão a colonizar o nosso Oceano.
A viagem inclui ainda paragens na “sala dos idiotas”, composta por um conjunto de figuras e máscaras humanas, e num sem número de pequenas instalações que utilizam a história individual e a natureza de colecionismo de cada uma das peças de plástico, jogos de cor e de forma, a repetição e quantidade esmagadora de diferentes objetos de uso diário, para alertar para um problema de dimensões alarmantes.
Segundo José Teixeira da equipa do Gabinete de Comunicação do CIIMAR e curador da exposição, “estes monstros marinhos, figuras humanas e instalações fazem uma ligação feliz entre a ciência e a arte, onde a mensagem científica é transmitida através das sensações e emoções causadas pelo impato visual das peças, incentivando assim uma reflexão crítica profunda sobre o nosso contributo para problema do lixo marinho e a necessidade de adoção de comportamentos ambientalmente mais responsáveis”.
