Nascida no Brasil e a viver em Portugal há quatro anos, foi na Universidade do Porto que Luiza Toniolo encontrou um espaço a que chama de “seu”. Atraída pela “história” e pelo “reconhecimento” da instituição, a estudante da licenciatura em Direito da Faculdade de Direito (FDUP) confessa que a U.Porto “era e continua a ser” a sua “grande opção”.

Sobre o primeiro ano do curso, a jovem de 20 anos considera que “há uma imensidão de aspetos que o tornaram indescritível”, desde a aquisição de conhecimentos, até ao crescimento interior que esta jornada lhe tem proporcionado. Hoje, Luiza Toniolo olha para o futuro com a certeza de que ainda há muito por ser “revelado” dentro da área que resolveu escolher, mas não deixa de olhar para esse caminho “com entusiasmo, positividade e motivação”, e a certeza de que escolheu o rumo certo.

A jovem estudante da FDUP terminou o seu ano de estreia com uma média de 17,5 valores e, por isso, é uma das distinguidas com o Prémio Incentivo 2023. Questionada sobre a importância desta distinção, Luiza Toniolo revela que o prémio “é a declaração de que os meus esforços tiveram efeito e impacto” e “é um momento de satisfação”. 

“Este Prémio significa representar todos os estudantes internacionais e, em especial, os estudantes que vieram do Brasil. Carrego comigo todos os que duvidam das suas conquistas pela sua origem ou pelo seu sotaque. Outrora questionei se a minha naturalidade algum dia impediria que alcançasse os meus objetivos. Hoje tenho fortes motivos para acreditar que não”, remata.

– O que te motivou a escolher a U.Porto?

A ideia de frequentar o ensino superior público sempre me cativou. Sinto-me muito bem acolhida no mundo universitário e sinto ser um espaço que posso chamar de “nosso”. A U.Porto atraiu-me pela sua história, pelo seu reconhecimento, pelos seus mestres qualificados e pela competência dos profissionais que forma e exporta para o mundo. A U.Porto era e continua a ser a minha grande opção.

– O que gostaste mais no primeiro ano na Universidade?   

Há uma imensidão de aspetos que o tornaram indescritível. O primeiro ano é uma passagem da uma realidade a outra, é começar a olhar diretamente para o futuro e questionar como será a vida adulta. É nutrir-se de novas áreas de aprendizado e criar novos laços e conexões. É aprender mais sobre si mesmo.

Foi de facto um ano transformador em termos de conhecimento. Foram horas de estudo e de descobertas, de contacto com doutores e colegas e de tantos questionamentos e reflexões. O meu mundo duplicou-se ou triplicou-se, apenas por ter conhecido a superfície do Direito. Quando o ano chegou ao fim, apercebi-me do longo caminho que teria pela frente. Apercebi-me de que havia ainda um mundo inteiro a ser revelado.

Olho para esse caminho com entusiasmo, positividade e motivação. Levo-o com gosto, com o máximo de leveza possível e com a tranquilidade de saber que estou no lugar certo, aprendendo aquilo que considero tão urgente saber. Saboreio esta jornada não tanto pensando onde “devo” chegar, mas antes dando o máximo de mim a cada momento, estando “presente no presente”, com coragem e sem medo de falhar.

Para além de todos os conhecimentos adquiridos, sinto que fui instigada a ir além, a saber mais, a viver mais. Cresci não apenas por me iniciar no mundo académico, não apenas porque aprendi e me envolvi no Direito. Foi uma jornada de crescimento pessoal e superação, de desafios que foram enfrentados com “suor”, mas com um sorriso no rosto ao fim.

– O que gostavas de ver melhorado na Universidade?

De modo geral, tendo mais a apreciar os méritos da Universidade que as suas falhas. Contudo, reconheço que há ainda um grande caminho a ser traçado a nível dos serviços e sistemas informáticos, a nível do tratamento dos estudantes, especialmente os internacionais, sem falar na necessidade de uma reforma gradual dos modelos de ensino e das mentalidades que, a meu ver, já se encontram alguns caducados.

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti?

O Prémio de Incentivo, para mim, representa reconhecimento. É a declaração de que os meus esforços tiveram efeito e impacto. É um momento de satisfação. Sei que a todo o tempo desde que ingressei no curso, apenas fiz o trabalho que achava ser o “devido”. Entreguei aquilo que queria entregar à licenciatura, seguindo os meus próprios critérios. Ser agraciada pelo Prêmio significa que a dedicação que exijo a mim mesma atende também aos parâmetros da Universidade.  

No entanto, este Prémio ultrapassa a sua dimensão individual. Reconhecer esse Prémio implica olhar para os que me antecederam e aos esforços (que não foram medidos) para que eu hoje estivesse aqui. Penso em especial na minha bisavó, que contra todas as mais adversas circunstâncias, exerceu a advocacia nos longínquos anos cinquenta. No meu avô, o jurista que mais me ecoa inspiração, e nos meus pais, a quem não tenho palavras para expressar a minha gratidão.

Por fim, este Prémio significa representar todos os estudantes internacionais e, em especial, os estudantes que vieram do Brasil. Carrego comigo todos os que duvidam das suas conquistas pela sua origem ou pelo seu sotaque. Outrora questionei se a minha naturalidade algum dia impediria que alcançasse os meus objetivos. Hoje tenho fortes motivos para acreditar que não.

– Como vês o teu futuro daqui a 10 anos?

Vejo o meu futuro de diversas maneiras. Não tenho uma versão estanque e finalizada do que me aguarda. São muitas as possibilidades e gosto de pensar que há lá fora um mundo de possibilidades e que a vida nos surpreenderá.

Por ora planto as bases para que todas essas oportunidades sejam uma realidade. Para que tenha o máximo de opções ao buscar o trabalho, o local e a vida que mais me preenchem a nível profissional e pessoal.

Como profissional, gosto de imaginar que poderei encontrar novas soluções, que poderei investigar, refletir e reivindicar mudanças. Que possa de alguma forma contribuir para a realização da Justiça, da igualdade, da democracia e de todos os demais valores em que acredito.

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Formação. Formação no sentido em que, para além do elevado nível de exigência e de capacitação que a U.Porto proporciona, dá aos seus estudantes a oportunidade de experienciar uma vivência académica imprescindível. Tenho a certeza de que são e serão, para a generalidade de nós, anos transformadores.