Inês Claro, estudante do Mestrado em Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a desenvolver investigação no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), foi recentemente distinguida com o prémio de melhor apresentação em poster, no valor de 1000 euros, atribuído no âmbito da Fundação AstraZeneca Innovate Competition, pelo seu trabalho de melhoramento das vacinas de mRNA para o SARS-CoV-2.

Denominado «iCoV2PLUS – Increased Production Levels Universal Sequence as an asset for SARS-CoV-2 vaccines», o trabalho apresentado por Inês Claro foi desenvolvido no grupo de investigação do i3S «Gene Regulation», sob a orientação das investigadoras Isabel Pereira-Castro e Alexandra Moreira, também docente do ICBAS, e foi financiado pelo Programa Gilead Génese.

O trabalho, explica Inês Claro, “consiste na aplicação de uma sequência não codificante – iPLUS – descoberta pelo nosso grupo de investigação, para tentar melhorar as características das vacinas de mRNA para o SARS-CoV-2, nomeadamente a produção da proteína Spike. De facto, demonstrámos que a presença de uma variante do iPLUS a jusante da região codificante da proteína Spike, promove um aumento dos seus níveis de mRNA e da sua produção proteica, em dois modelos celulares diferentes».

A pandemia do COVID-19 permitiu um rápido crescimento da tecnologia das vacinas de mRNA, recorda a jovem investigadora. Mas, adianta, “sendo uma tecnologia recente, todas as melhorias possíveis são importantes para aumentar a eficácia de imunização e para tornar a sua utilização mais generalizada, sendo esse o nosso grande objetivo com este projeto».

Um prémio “extremamente gratificante”

Este concurso de inovação, que integrou a iMED Conference 14.0 (realizou-se em outubro na cidade de Lisboa), destina-se a jovens investigadores e tem como objetivo ajudar o vencedor a continuar o seu projeto de investigação.

Para Inês Claro, o prémio “irá contribuir para o nosso objetivo futuro: testar o mRNA da Spike contendo a nossa sequência como vacina para a imunização de ratinhos contra o SARS-CoV-2, de forma a avaliar a performance destas vacinas in vivo com a adição do iPLUS”.

A conquista deste prémio, acrescenta a a estudante, “foi extremamente gratificante e tenho que agradecer às minhas orientadoras por todo o apoio. Sem ele não teria conseguido”.