Foi “com uma desmedida honra e uma gigantesca responsabilidade” que o médico moçambicano João Schwalbach recebeu, no passado dia 30 de setembro, o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Porto, numa cerimónia realizada na Aula Magna da Faculdade de Medicina (FMUP) e enquadrada no 4º Simpósio da Rede de Escolas Médicas de Língua Portuguesa (CODEM-LP).

“Sempre senti o Porto como um dos meus berços. E feliz dos homens que, como eu, possuem diversos berços. É que assim, se compartilha mais, se recebe mais, se entrega mais e, deste modo, mais se cresce e se enriquece na alma”, destacou o reputado especialista em saúde pública, numa intervenção em que revisitou o seu percurso pessoal, mas também a longa colaboração que liga a U.Porto a Moçambique.

Perante uma plateia repleta de figuras da Universidade, da medicina e da lusofonia, bem como de familiares e outros convidados, o homenageado escolheu as palavras do compatriota Mia Couto para lembrar que “o que mais cansa não é trabalhar muito. O que mais cansa é viver pouco. O que realmente cansa é viver sem sonhos. Sonhemos então e apliquemos as nossas asas para voar mais longe e mais alto, consolidando e desenvolvendo a cooperação já existente”, exortou.

Ainda antes da imposição das insígnias doutorais a João Schwalbach, coube ao médico e patologista Manuel Sobrinho Simões subir ao palco para fazer o elogio ao 102.º Doutor Honoris Causa da U.Porto.

Referindo-se ao médico moçambicano com “um  campeão do associativismo ativo”, o Professor Emérito da FMUP e fundador do Ipatimup destacou o “trabalho notável” de Schwalbach em várias instituições, sempre pontuado pela “liderança tranquila e capacidade notável de agregar pessoas e vontade”.

“Na primeira vez que contactei com ele, percebi que ele era um figura extraordinária de associativismo ativo, de ligações, de gostar de pessoas”, recordou Sobrinho Simões, antes de sentenciar: “É exemplar pela capacidade de criar condições para os outros”.

Altamiro da Costa Pereira, diretor da FMUP, foi o padrinho do doutorando, cabendo o papel de Mestre-de-cerimónias a Fátima Carneiro, Professora Catedrática da FMUP.