Começou a “a contagem decrescente” para o lançamento do novo livro de poesia de João Habitualmente. “Foi a NASA que disse. E a Agência Europeia do Medicamento. E a Dra. Graça Freitas”, anunciava o poeta nas redes sociais em meados de setembro. E foi logo avisando que para aparecer “não é preciso máscara”. É que, no dia 3 de outubro, às 18h30, na Casa Comum (à Reitoria) da Universidade do Porto, vai ser “tudo às claras, como sempre”, na sua “poesia desmascarativa”.

O dia da apresentação calha a uma segunda feira que é “como convém à poesia”, desabafa… Isto desde que “foi inventado o Pinguim-Café”, o seu “jardim de infância literário dos anos 1990”, acrescenta.

Para falar sobre o Estátuas na praça, mas não só… Porque a palavra tem tendência a espraiar-se pela “literatura em geral”, João Habitualmente vai fazer-se acompanhar por João Gesta, programador cultural e responsável pelas Quintas de Leitura do Teatro do Campo Alegre. Também vai ser dita, ou não fosse uma poesita “desmascarativa” com “tudo às claras”. Por isso, nesta noite, anunciada aos sete ventos, e mais seriam se os houvesse, de Estátuas na praça vai soar-nos ao ouvido a palavra dita por Rui Spranger e Cristiana Sabino.

Estátuas na praça é o quinto livro de poesia de João Habitualmente. O anterior, Poemas físicos da frente para a retaguarda na curva interior da estrada, foi publicado em 2016. Pelo meio, foi participando em várias coletâneas e tem uma antologia em nome próprio Um dia tudo isto será meu, de 2019.

Do livro, editado pela Apuro Edições, sabemos que é composto por três conjuntos de textos: “circulação da seiva”, “Sal no sol” e “Faróis na duna”. Um trilho, de trinta e tal poemas, onde vamos encontrar uma “mulher-crocodilo, Diógenes, um velho marinheiro comedor de lulas a sangue-frio” e ainda “um seio que se perdeu dum corpo de mulher”. Também “há padres, psiquiatras e putas. Trolhas e intelectuais”. E vai ser assim, “por esta ordem. E o mais que se verá”.

Sobre João Habitualmente

Nasceu no Porto, em 1961, e vive em Gaia. Em 1995 surge o primeiro livro de poesia, Agradecemos/Os sons parados. Publica também conto (Os pulsos fistréticos), microficção (Notícias do pensamento desconexo e Mais notícias do pensamento desconexo), diário (Coisas do arco da ovelha), e, com a assinatura de Luís Fernandes, crónica de viagem (Pelo Rio abaixo) e crónica jornalística (Escrita perecível), para além de inúmeros trabalhos de âmbito académico. Foi cronista de imprensa nos jornais O Comércio do Porto e O Público.

Vamos ter, então, de esperar até ao dia 3 de outubro para “desmascaramos tudo”. Estátuas na praça será lançado na Casa Comum da Reitoria da U.Porto, à “praça dos dragões”, como lhe prefere chamar o escritor que é também psicólogo e docente da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP).