A complexidade do curso que pretendia e “o facto de a  Universidade ser cá no norte” foram os principais critérios de decisão que, no início do ano letivo 2021/2022, levou João Ferreira a troar Viana do Castelo pelo Porto, para ingressar na licenciatura em Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

No Campo Alegre, o estudante encontrou “o espírito de entreajuda”  e amizades que o fizeram “crescer enquanto pessoa”. “Numa época em que o acesso ao conhecimento é tão facilitado”, João Ferreira defende a importância de um sistema de ensino mais dinâmico e mais autodidata, pois acredita que isto “traria resultados positivos” ao ensino. 

Entre ficar no país ou aventura-se no estrangeiro, o estudante revela que é uma escolha difícil e que o futuro é incerto. “Crescimento” é a palavra que usa para descrever um percurso académico que se tem pautado pela excelência. Com um média de 18,85 valores, João Ferreira está agora entre os 20 estudantes distinguidos com o Prémio Incentivo 2023, distinção que encara como uma “motivação para continuar a estudar”.

– O que te motivou a escolher a U.Porto? 

Lembro-me de na altura pesquisar sobre o plano curricular do curso de física em várias universidades e acabei por ter preferência pelo curso de física na FCUP, já que este era o que me parecia mais completo. O facto de a Universidade ser cá no norte, mais perto de casa, também entrou na equação. 

– De que gostaste mais no primeiro ano na Universidade? 

Sem dúvida as pessoas que conheci e as amizades que fiz, que me ajudaram a crescer enquanto pessoa. O espírito de entreajuda dentro do meu curso e ver o meu progresso ao longo do ano foram outras coisas que me motivaram.

– O que gostavas de ver melhorado na Universidade? 

Gostaria de ver uma reforma na forma como as UCs são lecionadas. Numa época em que o acesso ao conhecimento é tão facilitado, acho que deixou de haver sentido a existência de aulas teóricas em que somos expostos a conhecimento duma forma um quanto superficial, para além de sentir que estas aulas são muito pouco produtivas e também secantes. Em suma, tempo mal aproveitado. Sendo assim, gostaria que houvesse um incentivo maior ao autodidatismo, e que o tempo de aulas teóricas fosse dedicado a aprofundar a matéria, a discutir detalhes não tão óbvios ou desprezados num estudo superficial, como também para esclarecer dúvidas. É claro que isto iria obrigar a algum esforço por parte dos estudantes, tal como por parte dos docentes, já que eles teriam de fazer um esforço para serem mais dinâmicos e cativantes, mas sinto que traria resultados positivos. 

– Qual a importância do Prémio Incentivo para ti? 

Vejo o prémio como uma forma de reconhecimento do meu esforço no primeiro ano, dando-me motivação para continuar a estudar. – Como vês o teu futuro daqui a 10 anos? Gostaria de continuar a estudar. Depois de fazer um mestrado em física e, se o futuro possibilitar, um doutoramento em física, vejo-me a trabalhar em investigação. Se continuo por cá ou vou para o estrangeiro, ainda não sei bem, é uma escolha difícil. 

– Se tivesses de descrever a tua experiência na U.Porto numa palavra, qual seria?

Crescimento. Esta é a palavra que definiu o meu último ano. Cresci tanto a nível social, como também maturei o meu método de trabalho