São nove projetos que estão a mudar o ensino na Universidade do Porto e vão receber um apoio financeiro para um objetivo comumpromover a melhoria do ensino e aprendizagem na instituição. Pelo quinto ano consecutivo, os docentes da U.Porto foram desafiados a apresentar projetos de inovação pedagógica para aplicar no contexto da sala de aula. Da impressão 3D, aos modelos colaborativos, até a propostas para fazer face ao ensino durante a pandemia, são várias as ideias premiadas.

concurso “Projetos de Inovação Pedagógica” da Universidade do Porto insere-se no âmbito do programa “Promover a Excelência Pedagógica na Universidade do Porto”, que tem por objetivo promover a melhoria dos modelos educativos aplicados nos cursos e unidades curriculares da instituição.

Os projetos premiados este ano, todos eles propostos e dinamizados por docentes da U.Porto, vão partilhar um apoio monetário no valor de 10 mil euros, para aplicar na aquisição de equipamentos, licenças ou programas informáticos, mobiliário, serviços externos e outras ações.

Conheça os projetos vencedores…

Dos nove projetos premiados, quatro têm como “palco” a Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP). É o caso de Impressão 3D de peças anatómicas, um projeto liderado pelo docente José Paulo Andrade e que visa o uso de modelos obtidos com impressoras 3D para complementar o material cadavérico do Teatro Anatómico da FMUP.

É também de Medicina a proposta de Implementação de tecnologia digital no formato audiovisual no ensino prático de Histologia e Embriologia, liderada por Daniel Humberto Pozza, Fani Neto e Isaura Tavares. Com esta iniciativa, pretende-se envolver os estudantes na narração de vídeos a disponibilizar aos restantes colegas.

Um Modelo Colaborativo de Perguntas: como envolver os estudantes na sua avaliação? foi, por sua vez, a solução encontrada por Diogo Santos-Ferreira, Rafael Martins, Rui Cerqueira, Fábio Nunes, Pedro Teixeira, André Moreira, André Lourenço, Ricardo Ladeiras-Lopes, Francisco Sampaio, Ricardo Fontes-Carvalho, Bruno Guimarães e Adelino Leite-Moreira, para envolver a comunidade estudantil da FMUP na criação ativa de elementos de avaliação. Esta abordagem pedagógica divide-se em várias etapas, nas quais os estudantes elaboram, inicialmente, perguntas de escolha múltipla sobre diferentes aulas de fisiologia e, posteriormente, procedem à heteroavaliação, a partir das ferramentas disponibilizadas.  As perguntas com as melhores classificações serão disponibilizadas aos estudantes em formato de testes, de teor formativo.

E num ano marcado pelos fortes constrangimentos ao ensino, impostos pela pandemia da COVID-19, não têm faltado bons exemplos, na U.Porto, para contornar as dificuldades. Exemplo disso é o projeto Ensino médico translacional em tempos de pandemia: trazer o bloco operatório aos alunos, encabeçado pelos docentes da FMUP Rafael Martins, Diogo Santos-Ferreira, Rui Cerqueira, Fábio Nunes, Pedro Teixeira, André Moreira, André Lourenço, Ricardo Ladeiras-Lopes, Francisco Sampaio, Ricardo Fontes-Carvalho e Adelino Leite-Moreira. Considerando as restrições impostas pela pandemia de COVID-19, este projeto visa, através da realização de filmagens de cirurgias cardíacas no bloco operatório e dos procedimentos na unidade de cuidados intensivos, criar vídeos que abordam os conteúdos formativos.

Da Medicina para a vizinha Faculdade de Engenharia (FEUP), encontramos mais dois projetos premiados. Um deles, a cargo dos docentes Manuel Firmino Torres, João Pedro Pêgo e Ana Freitas, aposta na Cooperação Universidade/Empresas para o desenvolvimento de Competências Transversais entre os futuros engenheiros. O objetivo é promover a aprendizagem ativa, através de uma intensiva componente teórica, aliada a testemunhos de especialistas do campo empresarial,

O outro projeto da FEUP distinguido tem como título Adicionando uma dimensão à pedagogia através da impressão 3D e vem sendo aplicado nas aulas de Miguel Ângelo Carvalho Ferraz. Neste contexto, propõe-se o recurso à impressão 3D, para levar uma nova dimensão à experiência pedagógica. Estas ferramentas permitem que o docente e os estudantes contextualizarem conceitos, através das simulações e demonstrações.

A lista dos nove projetos de ensino/aprendizagem mais inovadores do último ano na Universidade inclui também o SafeWater: aprendizagem ativa para fomentar a literacia em microbiologia e segurança alimentar, de Patrícia Antunes, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP). A ideia passa por combinar a teoria com a prática, permitindo a melhor compreensão dos/as estudantes sobre os efeitos da unidade curricular na prática profissional e no desenvolvimento de competências transversais importantes para esta área.

Já na Faculdade de Medicina Dentária (FMDUP), encontramos Um Programa de Saúde Oral Comunitária como ferramenta pedagógica para o ensino da Saúde Pública Oral e Medicina Dentária Preventiva e Comunitária, coordenado pela docente Maria de Lurdes Ferreira Lobo Pereira. A ideia consiste na aplicação um programa de saúde oral comunitária como ferramenta pedagógica, permitindo aos estudantes a aquisição de competências, não só sobre o levantamento de dados epidemiológicos, mas também na área da promoção e educação para a saúde oral.  Este programa tem como público-alvo as crianças participantes e, assim, os estudantes são estimulados a criarem estratégias eficientes.

Por fim, foi premiado o HISTOPÓLIO – ludificação no ensino da Histologia Animal, de Ricardo Jorge Pereira Córdova Marcos, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). Este projeto prevê a criação de um jogo de tabuleiro para utilizar nas aulas práticas, que inclui momentos de aula invertida, estações de treino nos tecidos fundamentais e quizzes.

Todos os projetos vencedores vão ser apresentados, publicamente, na edição deste ano do Workshop de Inovação e Partilha Pedagógica da U.Porto, que se realiza nos próximos dias 4 e 5 de fevereiro, em formato online.