O trabalho premiado caracterizou as práticas de aleitamento materno e diversificação alimentar em crianças portuguesas.

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) receberam o primeiro prémio de melhor comunicação oral, no âmbito do 28.º Congresso Anual do Grupo Europeu de Obesidade Infantil (28th Annual Congress of European Childhood Obesity Group), por um trabalho que caracterizou as práticas de aleitamento materno e diversificação alimentar em crianças portuguesas.

O estudo premiado, intitulado Early feeding practices and its determinants in Portuguese population, pretendeu “caraterizar a prática de aleitamento materno e de diversificação alimentar, avaliando a sua associação com indicadores sociodemográficos, numa amostra representativa de 904 crianças portuguesas, com idades entre os 3 e os 36 meses, estudadas no âmbito do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015-2016”, explica Carla Lopes, investigadora do ISPUP e coordenadora do trabalho.

Verificou-se que 94% das crianças avaliadas foram amamentadas, mas apenas 22% foram amamentadas exclusivamente até ao sexto mês. Apenas cerca de 3% da amostra iniciou a diversificação alimentar antes dos quatro meses de idade e 63,2% antes dos seis meses. Na maioria dos casos, o primeiro alimento introduzido foi a sopa de vegetais.

Concluiu-se ainda que “o abandono precoce da amamentação é mais frequente em mães mais escolarizadas e ativas profissionalmente e que certas práticas que podem comprometer o crescimento saudável da criança, como a introdução precoce do leite de vaca (em 7%), são mais frequentes em grupos socioeconomicamente mais desfavorecidos”, refere Carla Lopes.

Os investigadores Sara Silva, Daniela Correia, Milton Severo, Andreia Oliveira e Duarte Torres assinam também o estudo premiado.