O ISPUP é conselheiro técnico e científico do consórcio responsável pela implementação da estratégia “Porto, Cidade sem Sida” até 2020. (Foto: DR)

O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) é conselheiro técnico e científico do consórcio responsável pela implementação da estratégia “Porto, Cidade sem Sida” até 2020, iniciativa que se insere no projeto internacional Fast-Track Cities – “Cidades na via rápida para acabar com a epidemia VIH” nas grandes cidades.

A cidade do Porto é uma das subscritoras da Declaração de Paris – assinada em maio de 2017, juntamente com Cascais e Lisboa – para reduzir o estigma de infeção pelo VIH e atingir a discriminação zero, através do cumprimento das metas 90-90-90, definidas pelas Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) até 2020. As metas pretendem que 90% das pessoas que vivem com o VIH saibam que estão infetadas; 90% das pessoas que sabem que estão infetadas estejam em tratamento; e que 90% dos indivíduos em tratamento tenham a infeção controlada.

Segundo Henrique Barros, coordenador, no Porto, da estratégia mundial das “Cidades na Via Rápida para Acabar com a Epidemia VIH”, “os valores do diagnóstico do VIH, por ano e por 100 mil habitantes, são quase o dobro da média nacional. A infeção está a aumentar de forma muito marcada nos homens que fazem sexo com outros homens, em idades relativamente jovens”.

Para o também Presidente do ISPUP, uma das razões para este crescimento prende-se com o facto de a “sida se ter transformado numa espécie de doença semelhante a todas as outras, para a qual existe uma terapêutica bastante eficaz. Isto faz baixar as guardas. Para uma pessoa ficar infetada pelo VIH, basta ter relações sexuais”.

Na cerimónia de assinatura do protocolo de criação do consórcio, no Porto, que teve lugar nos Paços do Concelho, no dia 20 de maio, Henrique Barros apresentou as diversas ações previstas até ao final deste ano na cidade. Entre elas: obter, de forma continuada e oportuna, dados locais para a caracterização epidemiológica da infeção; aumentar a frequência e o acesso ao teste VIH, bem como identificar as comorbilidades mais frequentes; manter, e se possível, maximizar o acesso ao tratamento; e avaliar e melhorar a qualidade de vida das pessoas em maior risco de infeção ou que vivem com infeção VIH.

Assinaram o Protocolo de Entendimento do Consórcio, a Câmara do Porto, a ARSN; a Abraço; a Administração Regional de Saúde Norte; a Agência Piaget para o Desenvolvimento; a ARRIMO – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Social e Comunitário; as Associações Casorganizados; Farmácias de Portugal; Médicos do Mundo; Associação Nacional de Farmácias; Associação para o Planeamento da Família; o Centro Hospitalar Universitário de S. João; o Centro Hospitalar Universitário do Porto; a Direção-Geral da Saúde; a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares – Direção de Serviços da Região Norte (DGEsTE); a Federação Académica do Porto; a Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a SIDA”; o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge; o Instituto Politécnico do Porto; o Instituto Português do Desporto e Juventude; a Norte Vida – Associação para a Promoção da Saúde; a Santa Casa da Misericórdia do Porto; o Serviço de Assistência Organizações de Maria e a Universidade do Porto.