Compreender a dinâmica da adaptação dos cidadãos à pandemia de COVID-19 em Portugal é o objetivo de uma investigação lançada, esta segunda-feira, pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), em parceria com o jornal PÚBLICO. 

Designado “Diários de uma pandemia”, o estudo convida os cidadãos a responderem diariamente a um conjunto de perguntas, que ajudarão a compreender a evolução da vida dos Portugueses, ao longo da pandemia de COVID-19.

No fundo, e seguindo a lógica da chamada “Ciência Cidadã” (do inglês “Citizen Science”), pede-se a colaboração dos cidadãos para a construção de conhecimento científico numa área de enorme relevo e com grande impacto na vida da comunidade.

“Na Saúde Pública, não há ciência sem os cidadãos. Eles são o destinatário final do conhecimento científico e devem ser a principal fonte de informação na produção do conhecimento”, frisam os investigadores responsáveis pelo projeto.

A informação recolhida será trabalhada por investigadores do ISPUP e do INESC TEC, e os resultados vão ser divulgados em Portugal, em primeira mão, pelo jornal PÚBLICO.

O que é pedido aos cidadãos

Pede-se aos cidadãos que respondam, diariamente, a um breve conjunto de questões disponibilizadas online (o tempo de preenchimento rondará os 5-10 minutos).  As perguntas visam, medir, por exemplo, as interações sociais das pessoas e a utilização de serviços de saúde e comerciais, assim como a ocorrência de sintomas e de doença confirmada, durante o curso da pandemia de COVID-19, em Portugal.

Para além das respostas aos questionários, a única informação solicitada é um endereço de e-mail, para fins de registo e receção dos lembretes diários. Após o registo, cada utilizador receberá diariamente um lembrete a pedir que responda ao mesmo conjunto de perguntas, sempre sobre as 24 horas anteriores. Uma vez por semana, será solicitado que cada participante responda também a um conjunto de questões sobre o seu bem-estar no contexto da atual epidemia.

A recolha de dados está planeada para os próximos 3 a 5 meses, consoante a evolução da pandemia no nosso país.

Participar no estudo “Diários de uma pandemia” “é contribuir para sabermos como agir melhor, com o objetivo de diminuir o impacto negativo da epidemia em Portugal. É um contributo que se partilha com toda a sociedade e, em última análise, um gesto solidário para com aqueles que nos são mais queridos”, sublinham os investigadores.