Uma equipa de investigadores do CINTESIS e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto está envolvida no projeto SHAPES (Smart and Health Ageing through People Engaging in Supportive Systems), uma iniciativa ambiciosa que junta 14 países e 36 parceiros europeus no desenvolvimento de soluções para facilitar o envelhecimento em comunidade, através do uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC).

Considerado um dos maiores projetos europeus na área da saúde digital, o SHAPES tem como grande objetivo a criação de uma plataforma integrada com um amplo leque de soluções digitais (produtos e serviços como robôs, sensores e aplicações) especialmente pensadas para as pessoas mais idosas.

As soluções em desenvolvimento visam apoiar aquela população – mas também as famílias e os profissionais que com ela trabalham – na execução de tarefas do dia a dia, prevenindo igualmente os riscos relacionados com acidentes ou facilitando a gestão de  doenças crónicas.

Com esta iniciativa procura-se então promover um melhor envelhecimento, com mais saúde, qualidade de vida e autonomia, contribuindo ao mesmo tempo para a sustentabilidade dos serviços e sistemas de saúde.

O trabalho na U.Porto

No terreno está já a equipa do CINTESIS/ICBAS composta pelos investigadores Constança Paúl (coordenadora), Soraia Teles, Pedro Rocha e Renato Ferreira da Silva, aos quais se junta Elísio Costa, do Porto4Ageing. O projeto SHAPES conta ainda com outra equipa de investigadores do CINTESIS, estes da Universidade de Aveiro, que trabalham em colaboração com investigadores de outras unidades de investigação (DigiMedia, IEETA e GOVCOPP).

A esta equipa caberá liderar a testagem de soluções tecnológicas existentes no mercado que possam ser aplicadas à área das doenças neurodegenerativas, especialmente nas demências e défice cognitivo ligeiro.

Para além do ensaio destas soluções tecnológicas, a equipa  da U.Porto contribuirá, ao longo do projeto, para reunir conhecimento quanto às necessidades e requisitos das pessoas mais velhas relativamente a soluções digitais, para ampliar as redes de trabalho em torno do envelhecimento e soluções digitais e para desenhar recomendações em prol da melhoria dos cuidados integrados na Europa e da sustentabilidade dos serviços e sistemas de saúde.

Uma das soluções a testar no projeto é o i-Support, um programa online de apoio e formação para cuidadores de pessoas que vivem com demência. Lançada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o iSupport foi comprado pelo ICBAS e adaptado a Portugal pelo grupo de investigadores do CINTESIS/ICBAS. Ao todo, deverão ser recrutados 200 cuidadores, de modo a avaliar a eficácia desta solução.

Financiado pelo Programa-Quadro Comunitário de Investigação & Inovação Horizonte 2020 em cerca de 21 milhões de euros, o SHAPES envolve dezenas de centros de investigação, universidades, pequenas e médias empresas e associações internacionais sem fins lucrativos de toda a Europa. A liderança é da Universidade de Maynooth, na Irlanda.

Iniciado em novembro de 2019, o projeto tem uma duração prevista de 48 meses, prolongando-se até outubro de 2023.