O NanoStima 3.5 Meeting decorreu no Centro de Investigação Médica da FMUP.

Novas abordagens para a melhoria do diagnóstico da apneia do sono e do prognóstico da doença de Crohn, novas plataformas para preservação e transferência de dados pessoais em saúde e novos modelos de análise de dados sobre hospitalizações em áreas como a pediatria: eis alguns dos trabalhos apresentados no NanoSTIMA 3.5 Meeting, que se realizou na passada quarta-feira, no Centro de Investigação Médica (CIM) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

O evento juntou dezenas de investigadores do NanoSTIMA (Macro-to-Nano Human Sensing: Towards Integrated Multimodal Health Monitoring and Analytics), projeto europeu coordenado pelo INESC TEC e desenvolvido em colaboração com o CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, o Instituto de Telecomunicações (IT) e o CIDESD – Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro).

Um dos principais objetivos desta reunião foi aproximar, pela primeira vez, investigadores das linhas 3 e 4, permitindo-lhes a apresentação de projetos em curso e a troca de ideias. Desta forma, pretendia-se também potenciar futuras colaborações e resolver problemas comuns. “Ficou claro que temos cada vez mais dados a serem produzidos, mas que isso não resolve problemas que já tínhamos com bases de dados pequenas. Além disso, continua a haver uma grande controvérsia sobre como podemos usar dados que foram recolhidos para outro propósito, incluindo a questão da confiança das pessoas (doentes, instituições e os próprios profissionais de saúde) em cederem os dados”, afirmou Pedro Rodrigues, coordenador da linha de investigação 4 e investigador do CINTESIS.

A linha de investigação 4 está sobretudo vocacionada para “o desenvolvimento de métodos de análise de dados que tirem partido de novas infraestruturas, de modo a gerar novo conhecimento”. Quanto à linha de investigação 3, visa questões como o armazenamento, o transporte, o acesso, a segurança e a privacidade dos dados. “Serve tanto para fornecer dados a outras linhas, como para as outras linhas colocarem os dados recolhidos”, explicou, na ocasião, o coordenador da linha 3 e investigador do IT, Pedro Brandão.

De acordo com Pedro Rodrigues, o grande desafio do NanoSTIMA é “fazer a ponte entre novas tecnologias, novas infraestruturas e novos métodos de análise”, tirando partido da investigação que está a ser desenvolvida em diferentes instituições. Além de desenvolver investigação de base, o projeto europeu visa também “potenciar o emprego científico e constituir um estímulo à investigação, com recurso a novos investigadores, muitos dos quais com ideias verdadeiramente disruptivas”.