Depois de três vitórias na comptição, Leonel Carvalho (à esq.) promete voltar na próxima edição “para assegurar que o desenvolvimento de ciência e tecnologia de utilidade pública tem conhecimento português”. (Foto: DR)

Leonel Carvalho e Vladimiro Miranda, ambos investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), venceram a edição deste ano da competição Modern Heuristic Optimization, um concurso de engenharia organizado pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers)a mais prestigiada e maior organização profissional do mundo dedicada ao desenvolvimento da ciência e tecnologia. É a terceira vez que os dois investigadores portugueses vencem esta competição internacional, repetindo as vitorias de 2014 e 2017.

A competição deste ano desafiou os participantes de todo o mundo a resolver dois problemas relacionados com a área de energia, mais concretamente com o problema do planeamento da operação dos Sistemas Elétricos de Energia com forte penetração de renováveis. Para tal tiveram que recorrer a meta-heurísticas, ou seja, metodologias utilizadas para resolver de forma genérica problemas de otimização e que não têm por base a matemática, mas sim fenómenos naturais, como a teoria da evolução ou comportamentos já verificados.

A equipa do INESC TEC, que contou ainda com os contributos dos investigadores Armando Leite da Silva, Carolina Marcelino e Elizabeth Wanner, venceu ambos os desafios propostos. O fator chave de sucesso esteve na combinação do EPSO com outra técnica de otimização, designada por Cross-Entropy Method. O EPSO integra já vários produtos desenvolvidos pelo INESC TEC, disponíveis em vários países e em exploração em várias empresas nacionais e internacionais.

Garantido o “tri”, os investigadores apontam já ao “tetra” na competição. “Os temas do próximo ano têm que ver com planeamento da expansão da rede de transporte e a otimização da flexibilidade nos Sistemas Elétricos de Energia e temos intenção de concorrer novamente, para assegurar que o desenvolvimento de ciência e tecnologia de utilidade pública tem conhecimento português”, projeta Leonel Carvalho.