Dor

Os trabalhados premiados abordam as áreas da dor neuropática e da dor na Doença de Alzheimer (Foto: DR)

A Fundação Grünenthal acaba de distinguir um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina (FMUP) e do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, por trabalhos desenvolvidos na área de estudo da dor.

O Prémio Grünenthal  de Investigação Básica, avaliado em 7.500 euros, foi atribuído ao trabalho “Modulação dopaminérgica na dor neuropática: ação dos recetores D2/D3 de dopamina na reversão de défices de memória espacial”, da autoria de Hélder Cruz, Margarida Dourado, Clara Monteiro, Mariana Matos e Vasco Galhardo, da FMUP/IBMC.

“Esta investigação teve como objetivo avaliar se a prevalência de síndromes dolorosos pode contribuir para uma deficiente transmissão dopaminérgica, e se essas perturbações podem afetar a normal codificação de memórias de curto prazo no hipocampo contribuindo para uma degradação da performance cognitiva”, explica Hélder Cruz.

Vencedores dos Prémios Grunenthal Dor 2015

Margarida Dourado, Clara Monteiro, Vasco Galhardo, Hélder Cruz e Mariana Matos venceram o Prémio Grünenthal de Investigação Básica. (Foto: DR)

O investigador principal do estudo vencedor acrescenta que “os resultados revelaram que condições de dor prolongada são responsáveis por uma redução da performance da memória espacial, as quais surgem associadas a alterações da atividade dos circuitos do hipocampo responsáveis pelo seu processamento e a uma expressão anormal de recetores de dopamina”. As conclusões do estudo sugerem ainda que a perturbação do equilíbrio da neurotransmissão dopaminérgica pode ter um papel importante na manifestação de défices de aprendizagem e memória em pacientes com dor. De futuro, estes resultados poderão ajudar a compreender como a dor interage com outros circuitos do cérebro de forma a reverter essas perturbações”.

Já o Prémio Grünenthal  de Investigação Clínica, também no valor de 7.500 euros, foi entregue ao trabalho “Dor em Doença de Alzheimer: pesquisa de um biomarcador para solucionar o problema da sua subavaliação” da autoria deIsaura Tavares (FMUP),  Miguel Castanho e Sónia Sá Santos (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), e Sara Matos Santos (Hospital de Cascais)

O Júri do Prémio Grünenthal Dor 2014 foi constituído por sete elementos, um representante da Fundação Grünenthal e seis personalidades médicas da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Sociedade Portuguesa de Anestesiologia, Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no dia 1 de julho na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.