O projeto FIMAT inclui os investigadores Nuno Viriato Ramos (INEGI), Mário Vaz (LABIOMEP/INEGI/FEUP), Rita Lopes, Maria João Ponces e Saúl Castro (FMDUP). (Foto: DR)

Uma equipa composta por investigadores da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), do Laboratório de Biomecânica do Porto (LABIOMEP) e do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) desenvolveu um instrumento inovador – o FIMAT – que permite avaliar a destreza manual dos estudantes de Medicina Dentária na realização de tarefas que vão fazer parte do seu dia-a-dia profissional.

Na medicina dentária, um dos métodos práticos de ensino “consiste no exercício de realizar elementos de arame no âmbito da ortodontia”, a área que se ocupa dos problemas no alinhamento funcional  da dentição (ex: aparelhos dentários). Este método permite avaliar o grau de destreza manual dos alunos, um fator crucial para o sucesso nas suas vidas profissionais futuras. No entanto, a avaliação destes elementos em arame, ainda que baseada em parâmetros específicos, “não deixa de estar revestida de um cariz eminentemente subjetivo”, explicam Maria João Ponces e Saúl Castro, ambos docentes da FMDUP.

Foi a partir da identificação dessa “lacuna pedagógica” na vertente prática do curso de Medicina Dentária que surgiu a ideia de criar o FIMAT, acrónimo de Fine Motricity Assessment Tool. O passo seguinte passou pela “partilha dessa preocupação com o LABIOMEP, que auxiliou no desenvolvimento e conceção” do instrumento.

O equipamento já começou a ser testado com sucesso em ambiente real. (Foto: DR)

Segundo Mário Vaz, investigador do LABIOMEP e coordenador do Laboratório de Ótica e Mecânica Aplicada (LOME) do INEGI, o caráter inovador do FIMAT assenta no “sistema automatizado de recolha de imagem vídeo com três câmaras, que atribui uma valorização quantitativa”, por exemplo, aos exercícios em arame feitos por estudantes de Medicina Dentária. Este sistema, “baseado em processos comparativos de sobreposição de imagem”, permite, de acorcom com o também professor da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), “medir o progresso evolutivo, identificando o nível de aptidão alcançado” pelos estudantes.

A aplicabilidade do FIMAT não se restringe, porém, à formação dos futuros dentistas. De acordo com os investigadores envlvidos, a ferramenta pode igualmente ser útil no “restabelecimento de capacidades motoras finas por parte de indivíduos que sofreram lesões, comprometendo o desempenho desta competência”.

Apesar de ainda estar em fase de protótipo, o equipamento já começou a ser testado em ambiente real, tendo-se os resultados revelado “muito promissores em termos de capacidade avaliativa”. Os responsáveis do projeto já estão por isso “à procura de um parceiro interessado em industrializar o produto”.