Ana Henriques e Julia Doetsch receberam os prémios de melhor comunicação oral e melhor poster, respetivamente. (Foto: DR)

As investigadoras do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Ana Henriques e Julia Doetsch, foram distinguidas com um dos prémios de melhor comunicação oral e melhor póster, respetivamente, na 11.ª Conferência Europeia de Saúde Pública (11th European Public Health Conference), que teve lugar na Eslovénia, de 28 de novembro a 1 de dezembro.

Ana Henriques foi premiada por um trabalho que avaliou a importância do suporte social na relação entre desigualdades sociais e a qualidade de vida das pessoas mais velhas. “Com este estudo, conseguimos provar que o suporte social, seja ele por parte da família, amigos ou do cônjuge, é capaz de atenuar ou mesmo remover totalmente o efeito da posição social na qualidade de vida dos adultos mais velhos, independentemente de utilizarmos como medidor dessa posição social a educação, o tipo de ocupação profissional ou a autoperceção do rendimento”, explica a investigadora.

Trata-se de um “resultado positivo, porque o suporte social é passível de ser modificado e, por isso, tem potencial para ser melhorado. É possível realizar intervenções junto do próprio individuo, que pode trabalhar as suas competências sociais, de modo a ficar mais consciente das possíveis redes de suporte que o rodeiam e que já existem no seu dia-a-dia, e também sensibilizar familiares e amigos destes mesmos indivíduos para a importância das redes sociais nestas idades”, acrescenta.

Por sua vez, o trabalho que valeu a Julia Doetsch a distinção de melhor póster explorou a forma como as políticas neoliberais influenciaram a perceção que os pais com crianças muito pré-termo têm dos cuidados de saúde materna e neonatal, em Portugal.

Os resultados preliminares do estudo “mostraram que os pais e os profissionais consideraram que as políticas neoliberais, que implicaram privatizações, cortes orçamentais e reformas nos cuidados de saúde, tiveram efeitos secundários na prestação destes cuidados”, refere a investigadora. “Embora Portugal tenha excelentes proporções de sobrevivência de bebés muito pré-termo, os cuidados de saúde precisam de ser melhorados, especialmente no que diz respeito ao apoio psicológico pré e pós-natal para a família”, remata.

Ambos os trabalhos foram premiados no Fórum de Jovens Investigadores da ASPHER (ASPHER Young Researchers’ Forum), dinamizado na 11ª Conferência Europeia de Saúde Pública, que este ano teve como mote “Winds of Change: towards new ways of improving public health in Europe”.