A investigadora Maria Inês Almeida, do Departamento de Biologia Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, foi nomeada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para o Comité de Gestão da TRANSLACORE Europe Action, uma COST Action – CA21154 – Translational control in Cancer European Network – que tem por objetivo potenciar a descoberta de novas terapias para doentes com cancro, juntando para tal a melhor investigação europeia no domínio do controlo da síntese de proteínas.

A TRANSLACORE Europe consistirá num consórcio de universidades, institutos de investigação internacionais, cientistas de base, clínicos, Biotech, empresas farmacêuticas e associações de doentes que fornece infraestruturas de ponta num ambiente de conhecimento mundial para uma ampla educação de alta qualidade em várias disciplinas de investigação.

Através da implementação de “parcerias colaborativas e interdisciplinares” e da “partilha de recursos e de conhecimentos”, pretende-se “alcançar avanços que permitam acelerar a transferência robusta e segura de resultados académicos para melhorar a saúde humana dos doentes com cancro”.

Como controlar a expressão de proteínas no cancro? É a questão que vai mobilizar os investigadores no que se apresenta como “uma oportunidade única para compreender este processo biológico, levando a reconsiderar a visão do controlo da expressão genética em tumores e a proporcionar novas oportunidades terapêuticas para os doentes”.

“A regulação da síntese proteica tem o potencial de fornecer estratégias inovadoras e novas vias terapêuticas, em benefício dos pacientes com cancro. No entanto, os mecanismos envolvidos nesta regulação, a nível da célula, são extremamente complexos, sendo necessária uma perspetiva ampla e integradora de todos estes processos”, adverte ainda a equipa de investigação

Uma janela para a investigação do ICBAS

Paralelamente, Maria Inês Almeida ganhou uma Virtual Mobility Grant associada a uma outra COST Action, denominada GEMSTONE – Genomics of MusculoSkeletal traits Translational Network, que permitirá melhorar as colaborações internacionais, nomeadamente com a Biomedical Sciences Research Center Alexander Fleming, na Grécia.

Este projeto visa a partilha de ferramentas e conhecimentos de bioinformática para a análise de grandes conjuntos de dados, a nível do RNA e da proteína. Pretende-se com isso proporcionar a colaboração entre os os cientistas num ambiente virtual, que propicie a troca de conhecimentos, a aprendizagem de novas técnicas e a divulgar dos resultados obtidos.

Para a investigadora do ICBAS e do i3S, ambas as COST Actions “têm importância para a divulgação do trabalho de investigação realizado no ICBAS, em particular na área da bioengenharia, a nível internacional”.

“Por um lado, estas ações potenciam as colaborações entre investigadores do ICBAS e de outras instituições internacionais e, por outro, posicionam a instituição num ambiente competitivo e em rede, a nível europeu”, conclui.

Sobre Maria Inês Almeida

Investigadora Auxiliar do Departamento de Biologia Molecular no ICBAS e Investigadora Associada do grupo de investigação em «Microenvironments for New Therapies» do i3S, Maria Inês Almeida é doutorada em Ciências da Saúde pela Universidade do Minho (2012), com especialização em bioengenharia e biologia molecular e celular. Tem uma vasta experiência internacional e é líder de vários projetos científicos nas áreas da medicina regenerativa e de oncologia.

Atualmente, a sua investigação está centrada na utilização de RNAs não-codificantes como uma nova estratégia para o tratamento e diagnóstico de diversas doenças, particularmente no sistema osteoarticular.

Maria Inês Almeida é Investigadora auxiliar do Departamento de Biologia Molecular no ICBAS. (Foto: DR)

Sobre as Ações COST

A Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia (COST) é uma organização de financiamento para a criação de redes de investigação, denominadas Ações COST. Estas redes oferecem um espaço aberto à colaboração entre cientistas em toda a Europa e fora dela, dando assim um impulso aos avanços da investigação e à inovação, criando oportunidades de ligação em rede para que os investigadores se encontrem e discutam ideias, problemas complexos podem ser abordados de uma forma orientada, numa vasta área geográfica.

Todos os anos, mais de 45 000 investigadores estão envolvidos em atividades de redes COST, independentemente da sua fase de carreira, país de origem ou áreas de interesse. Portugal é um caso de sucesso na COST, participando, através de mais de 1.000 investigadores, em mais de 95% das Ações ativas.

Com uma duração que pode ir até aos quatro anos, uma Ação COST é aberta a todas as áreas científicas e tecnológicas, incluindo novas e emergentes áreas. Aos investigadores selecionados é oferecido um ambiente inclusivo e pan-europeu de modo a que possa mfazer crescer as suas redes de investigação profissional e impulsionarem as suas carreiras.