O investigador Nuno Alves dedica-se ao estudo das células do timo.

O investigador Nuno Alves, líder do grupo «Thymus Development and Function» do i3s  Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, é o vencedor da 10.ª edição do Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica. O projeto vencedor – intitulado «Identification of Thymic Epithelial Stem Cells in vivo» – foca-se no estudo do timo, o órgão especializado na produção de células T que reagem contra agentes patogénicos e são tolerantes aos tecidos do organismo.

Este prémio de 20 mil euros, explica o investigador Nuno Alves, «irá contribuir para a nossa investigação fundamental na área da Imunologia. O desenvolvimento de vacinas para o tratamento de doenças infeciosas, terapias contra o cancro e a compreensão da autoimunidade dependem do estudo dos mecanismos que regulam a diferenciação das células T, que são um tipo especializado de glóbulos brancos».

Assim, acrescenta, «este financiamento será canalizado na totalidade para o estudo do timo, o órgão responsável pela produção de células T». O timo, sublinha Nuno Alves, «tem uma capacidade quase “mágica” de gerar células T, que são capazes de nos proteger virtualmente de tumores e infeções provocadas por microrganismos patogénicos, ao mesmo tempo que são tolerantes (inofensivas) contra elementos dos nossos próprios tecidos. No entanto, a função do timo diminui com a idade, aumentando a nossa suscetibilidade a novas infeções ou ao desenvolvimento de autoimunidade». Este prémio, continua o investigador, «permitirá centrar os nossos estudos nos princípios moleculares que regulam o funcionamento do timo. O conhecimento nesta área é crucial para compreender a regulação da imunidade e a tolerância imunológica».

Quanto ao facto de ter sido o vencedor da 10 edição do Prémio Crioestaminal, Nuno Alves considera tratar-se de «uma honra», uma vez que «representa um reconhecimento do trabalho desenvolvido no nosso laboratório nos últimos anos. De realçar, que os nossos estudos não seriam possíveis sem a paixão, o esforço e o compromisso diário de todos os membros do grupo, quer dos atuais quer dos anteriores colaboradores, pelo que este prémio se estende naturalmente a eles».

A 10.ª edição do Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica distinguiu ainda com duas Menções Honrosas as investigadoras Rita Fior, da Fundação Champalimaud, com o projeto “Molecular Mechanisms of Innate Immune Evasion and Recognition”, e Susana Solá, do Instituto de Investigação do Medicamento da Universidade de Lisboa (iMed.ULisboa), com o projeto “Metabolic Control of Neural Repair by Diet and Gut Microbiome during Aging”.

O Prémio Crioestaminal em Investigação Biomédica, que resulta da parceria entre a Crioestaminal e a Associação Viver a Ciência, visa distinguir e apoiar projetos de jovens investigadores, portugueses ou estrangeiros, doutorados há mais de três anos e há menos de dez, que se proponham a realizar um projeto de investigação autónomo, na área da Biomedicina numa instituição portuguesa.