O projeto «Happy», primeira aplicação portuguesa para smartphones de prevenção de cancro, desenvolvida pelo investigador do Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) Nuno Ribeiro, venceu a categoria Saúde do “Santa Casa Challenge 2017”, o concurso de inovação social digital  promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

O pitch final do concurso realizou-se no passado dia 31 de janeiro, no Convento São Pedro de Alcântara. Nesta sessão, os 17 finalistas apresentaram os seus projetos e responderam a questões colocadas pelo júri.

Para Nuno Ribeiro, este prémio significa «o reconhecimento do trabalho realizado nos últimos quatro anos e permitirá continuar o desenvolvimento de uma ferramenta que foi criada para ajudar as pessoas».

A aplicação agora distinguida – e que já tinha estado entre os projetos finalistas à última edição do Prémio PT Inovação – foi desenvolvida no âmbito do trabalho de doutoramento de Nuno Ribeiro, pela Universidade de Aveiro, sob a orientação de Ana Margarida Almeida, docente do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, e Filipe Santos Silva, coordenador da equipa da Unidade de Comunicação do i3S responsável pelo desenvolvimento da Happy.

A app Happy baseia-se no princípio da personalização, pois adapta-se ao perfil e ao contexto do utilizador e vai enviando mensagens que recomendam comportamentos saudáveis. «Health Awareness and Prevention Personalized for You» – em português. «prevenção personalizada para si»-  é o nome completo desta ferramenta que dá razão ao acrónimo, sendo parte integrante do projeto «HYPE – Healthy Youth through Prevention Education», financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Na Happy o utilizador encontrará o seu HappyScore, um valor que ilustra em tempo real o nível de prevenção de cancro individual, desafios saudáveis e a possibilidade de se ligar aos seus amigos para partilha de resultados.

“O telemóvel é um dispositivo que nos acompanha todo o dia e temos tendência a confiar nele, a depender dele. Esta aplicação vive dentro do telemóvel e envia a mensagem certa, no momento certo». As recomendações disponibilizadas pela aplicação baseiam-se em vários fatores como a informação que o utilizador dá sobre os seus comportamentos e a localização geo-espacial do telemóvel”, explica Nuno Ribeiro. E exemplifica: “Se a pessoa estiver na praia durante o dia irá receber mensagens para se proteger do sol; se estiver no supermercado, a Happy vai sugerir-lhe comprar frutas e vegetais frescos”.

Para além do HAPPY, premiado na categoria Saúde, os restantes vencedores da edição de 2017 do Santa Casa Challenge foram: na área da Ação Social, o projeto DARCALOR; na área da Cultura, o projeto REVELARTE; na área da Economia Social, o projeto GIVE TO U; na área do Património, o projeto RENOVAR e na área Ação Social/Saúde, o projeto DAR A MÃO.

Os projetos distinguidos receberam um prémio pecuniário de 10 mil euros. Os vencedores conquistam ainda o direito de participar no Web Summit 2018 e de desenvolver um projeto-piloto nos equipamentos ou serviços da SCML ou noutros por ela indicados.

O “Santa Casa Challenge – Edição 2017” foi lançado no âmbito da participação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) na última edição do o Web Summit. Através deste concurso procurou-se encontrar e premiar soluções inovadoras que explorem os efeitos das novas tecnologias e o potencial de trabalho em rede da Internet para resolver problemas ou necessidades sociais. Estas soluções podem resultar de novas ideias ou da aplicação de ideias já existentes aos âmbitos de intervenção da SCML.