O arquiteto e investigador Aitor Varea Oro, do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo (CEAU) da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), integra a equipa de coordenação nacional do Programa Bairros Saudáveis, uma iniciativa do Governo que visa promover projetos de melhoria da qualidade de vida e das condições de saúde de comunidades e territórios especialmente vulneráveis.

Em vigor desde 2 de julho, o Programa Bairros Saudáveis é um programa público de natureza participativa, dirigido especialmente às associações, coletividades, organizações locais e movimentos cívicos que se organizem em parcerias locais. Tem uma dotação de 10 milhões de euros, a executar até ao final de 2021.

O programa é coordenado pela arquiteta Helena Roseta e a equipa de coordenação integra, para além de Aitor Varea Oro, o médico Hugo Esteves, a professora de saúde pública Isabel Loureiro, o médico de saúde pública Mário Jorge Santos, a docente Susana Tavares, e o arquiteto e docente Tiago Mota Saraiva.

Como participar?

O Programa Bairros Saudáveis encontra-se em consulta pública até 27 de setembro de 2020, através do site www.bairrossaudaveis.gov.pt. Nesta plataforma, todos os cidadãos são convidados a pronunciar-se sobre o projeto de regulamento e ajudar na identificação dos territórios vulneráveis. Em simultâneo, estão a decorrer debates – da iniciativa de entidades externas -, e sessões de esclarecimento – da iniciativa das coordenações nacional e regional do Programa Bairros Saudáveis.

A participação na consulta pública inclui o preenchimento de um questionário sobre se reside, trabalha ou conhece algum território, bairro ou zona em que se verifiquem situações como más condições de habitação, rendimentos baixos ou número significativo de pessoas de risco em caso de Covid-19.

Todos os cidadãos podem ajudar na identificação dos territórios vulneráveis. (Foto: DR)

Além do questionário participativo, os cidadãos podem enviar contributos sobre o projecto de regulamento do Programa Bairros Saudáveis, no sentido de apoiar a revisão de critérios para a versão final do regulamento.

A abertura do concurso de candidaturas de projetos deverá acontecer ao longo do mês de outubro, em data a anunciar.

Mais informações aqui.

Sobre Aitor Varea Oro

Doutorado pela Universitat Politècnica de València (2015), Aitor Vaea Oro está ligado há vários ao CEAU-FAUP, onde vem aprofundando a sua investigação em temas como a reabilitação urbana em tecidos urbanos degradados e a criação de habitação condigna para populações em exclusão social. Um trabalho que desenvolve de forma articulada e próxima com organizações da sociedade civil, académicas e da administração local e central.

Entre os trabalhos em que esteve envolvido inclui-se a coordenação de diagnósticos socioespaciais em ilhas e habitação social promovidos pela Câmara Municipal do Porto. Esteve igualmente ligado à criação e dinamização de gabinetes de apoio à habitação a partir do terceiro setor, em articulação com as Juntas do Bonfim e Campanhã.

Aitor Varea Oro coordena, desde 2016, o programa Habitar Porto, iniciativa que disponibiliza apoio a proprietários, inquilinos e profissionais no âmbito dos processos de reabilitação, de habitação a preço justo e da criação de emprego a escala local, ao mesmo tempo que procura mobilizar recursos para a criação de uma cidade mais dinâmica e inclusiva.

Neste contexto, tem desenvolvido um intenso trabalho na reabilitação de ilhas, em distintas dimensões. Desde logo, uma dimensão formativa que envolve o acompanhamento de dissertações de mestrado e o desenvolvimento de iniciativas como a ação “Arquitectos de Família” que, juntando a FAUP e as Juntas do Bonfim e de Campanhã, faz uma ponte entre o ensino e a ação social.

Por outro lado, desenvolve um trabalho de relevo ao nível de articulação dos vários atores relevantes. Como por exemplo no âmbito do Programa Ponte que visa, a partir da colaboração entre o Município do Porto e a FAUP, criar canais institucionais de enquadramento económico e regulamentar que facilitem aumentar o parque de habitação nas ilhas a custos controlados do município.