No local com melhor vista para o rio Douro e para a cidade do Porto vai nascer um novo espaço verde: o Jardim Bosque da Humanidade! Isto porque acaba de ser aprovada uma candidatura ao fundo europeu REACT-EU (Recovery Assistance for Cohesion and the Territories of Europe), que também se poderá traduzir para (Re)arborização de espaços verdes e criação de ilhas-sombra em meio urbano, que irá permitir a recuperação de todo o espaço envolvente do Instituto Geofísico da Universidade do Porto (IGUP).

No âmbito do protocolo celebrado entre a Faculdade de Ciências da U.Porto (FCUP) e a Casa Comum da Humanidade para a utilização das instalações do Instituto Geofísico como sede social, foi estabelecido um acordo que prevê a gestão conjunta do espaço envolvente. Desta cooperação resultou a candidatura Jardim Bosque da Humanidade ao fundo europeu, agora aprovada com um investimento elegível no valor de 75.000 euros.

Da autoria de Paulo Farinha Marques, docente da FCUP e diretor do Jardim Botânico da U.Porto, o projeto do Jardim Bosque da Humanidade prevê a reabilitação do espaço verde envolvente ao edifício do Instituto Geofísico, situado numa das principais entradas de Gaia.

A decorrer entre o próximo mês de setembro e junho do próximo ano, a intervenção incluirá a limpeza, modulação e rearborização do terreno com espécies florestais autóctones, ou seja, vegetação portuguesa, permitindo combater as plantas invasoras, proteger a escarpa e potenciar o aumento da biodiversidade e da prestação de serviços de ecossistema em meio urbano.

Pretende-se desta forma proporcionar uma “mais valia ecológica, potenciando ainda a educação ambiental e a ciência”, conforme explica Paulo Magalhães, jurista e investigador do CIJE- Centro de Investigação Jurídico-Económica, da Faculdade de Direito da U.Porto (FDUP).

O também mentor da Casa Comum da Humanidade considera “muito importante” poder dar-se início a esta recuperação de todo o espaço envolvente do Instituto Geofísico. “É um primeiro passo para a recuperação do parque e a criação deste Bosque da Humanidade”.

O projeto do Bosque da Humanidade é assinado por Paulo Farinha Marques, diretor do Jardim Botânico da U.Porto. (Foto: DR)

Mãos na terra

Na prática, vão ser plantadas centenas de árvores e arbustos de espécies autóctones. As espécies invasoras terão de ser eliminadas, prevendo-se ainda o abate de espécies exóticas com problemas fitossanitários e de segurança. Será necessário todo um trabalho de limpeza e modelação do terreno, de forma a que se criem as condições ideais para a instalação e desenvolvimento das plantas.

Está prevista também a recuperação morfológica do terreno, com aplicação de técnicas de engenharia natural e a criação de um sistema de drenagem natural da água com a constituição de charcas temporárias e permanentes, de forma a promover condições para se tornarem hotspots de biodiversidade. A este trabalho junta-se a recuperação de comedouros e bebedouros de fauna selvagem.

A requalificação do espaço envolvente do edifício histórico do IGUP complementa a recuperação de património cultural já realizada em 2015.

Pretende-se, assim, potenciar a atratividade da infraestrutura, transformando-a num espaço de lazer e uma sala de aulas/laboratório aberta à comunidade local e educativa.