A inteligência artificial (IA) está a ser cada vez mais aplicada no setor da saúde, com benefícios ao nível do tratamento de dados, apoio ao diagnóstico médico e identificação dos melhores tratamentos. É por isso fundamental tornar esta tecnologia mais transparente e acessível a médicos e pacientes, aumentando a confiabilidade do diagnóstico médico. E é precisamente esse o objetivo do projeto TAMI (Transparent Artificial Medical Intelligence), liderado pela empresa First Solutions, que conta com a parceria do INESC TEC.

Com um orçamento global de 1,7 milhões de euros, este projeto propõe-se a desenvolver um conjunto de ferramentas de apoio à decisão médica, baseado em algoritmos de inteligência artificial, que explicam ao clínico e ao paciente o diagnóstico de determinada doença e a sua causa.

Estas explicações podem ser visuais (identificando as áreas da imagem que lhe permitiram tirar essa conclusão ou diagnosticar determinada doença); ou textuais (através de um conceito ou frase que faça sentido para o ser humano).

Tornar o diagnóstico mais claro e confiável

Segundo a First Solutions, “estas ferramentas oferecem várias vantagens. Por um lado, vão apoiar o médico na tomada de decisão. Por outro, vão contribuir para uma melhor aceitação destas soluções de sugestões pelas equipas clínicas. Além disso, vão ajudar a identificar possíveis falhas e introduzir melhorias no sistema de apoio ao diagnóstico”.

Este sistema pode também ajudar a determinar padrões de doenças, gerando novo conhecimento. Ao explicar como chegou a determinado diagnóstico, o sistema gera maior confiabilidade no médico e no doente.

“O projeto vai investigar novos métodos quantitativos para avaliar objetivamente e comparar diferentes explicações das decisões automáticas; métodos para gerar melhores explicações, proporcionando variedade nas explicações, adaptando as explicações a quem as irá utilizar e explicando as decisões multimodais; e ainda novas soluções de visualização para interpretações de decisões baseadas em dados imagiológicos”, explica Jaime Cardoso, investigador do INESC TEC e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

O projeto é liderado pela First Solutions – Sistemas de Informação S.A., tem como parceiros o INESC TEC, Associação Fraunhofer Portugal Research, Administração Regional de Saúde do Norte, I.P. e a Carnegie Mellon University, dos EUA.

O projeto foi selecionado no âmbito da iniciativa “Go Portugal– Global Science and Technology Partnerships Portugal” no contexto do Programa CMU Portugal.  É financiado pelo Programa Operacional Norte, COMPETE2020, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, empresas parceiras e a Carnegie Mellon University, através do Programa CMU Portugal.