O UX-1, robô autónomo para investigação de minas subterrâneas inundadas, desenvolvido por um consórcio onde se inclui o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), foi testado entre os dias 1 e 9 de abril na antiga mina de urânio da Urgeiriça (Nelas, Viseu).

A plataforma robótica autónoma para investigar e mapear minas subterrâneas em 3D, pode ir até 500 metros de profundidade e consegue obter dados geológicos sem custos elevados ou riscos associados – como a utilização de mergulhadores para investigar.

A tecnologia, desenvolvida no âmbito do projeto europeu UNEXMIN, representa uma nova era para a prospeção mineira: robôs que podem operar de forma autónoma nestes ambientes – os robôs UX-1 são os primeiros deste tipo.

Neste momento, a plataforma UNEXMIN conta já com três robôs. O primeiro protótipo e a tecnologia em si já foram testados nas minas de Kaatiala, Finlândia, em junho de 2018, e de Idrija, Eslovénia, em setembro do mesmo ano, com resultados positivos: robô operacional e áreas inundadas mapeadas.

O terceiro protótipo foi testado, agora, na Urgeiriça, nas águas subterrâneas da antiga mina de urânio.  O projeto ambiciona investigar e mapear as galerias e túneis inundados e obter dados que visam enriquecer o conhecimento geológico da região e comprovar o funcionamento da plataforma numa mina de características diferentes.

A tecnologia UNEXMIN não danificará de qualquer forma a mina e a sua utilização está sujeita a licenças e leis portuguesas. Além disso, O desenvolvimento da plataforma UNEXMIN permitirá abrir novos cenários para a prospeção de minerais essenciais para o desenvolvimento da indústria. A plataforma UNEXMIN contribuirá para decisões sobre a reabertura de minas outrora encerradas devido ao custo de exploração da altura face à quantidade de minério existente.

A tecnologia disponível nos dias de hoje poderá permitir a baixo custo a reabertura de algumas destas minas. Com o UNEXMIN cria-se a oportunidade estratégica de reabertura de minas inundadas na Europa, muitas das quais ainda com teor de matérias-primas minerais criticas significativo, que podem ser exploradas beneficiando a economia portuguesa e Europeia.

Financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia, que reúne doze organizações de sete países, entre os quais Portugal. Em Portugal são parceiros deste projeto o INESC TEC e a Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM).