O INESC TEC e a spin-off TALUS desenvolveram uma célula robótica colaborativa, em que humanos e robôs colaboram de forma eficaz no revestimento de produtos complexos e de grandes dimensões em Portugal.

Os robôs pintores já existiam, mas uma das suas principais limitações estava relacionada com a incapacidade de pintarem produtos de grandes dimensões ou de geometria complexa.

A célula robótica colaborativa desenvolvida no âmbito projeto Europeu FLEXCoating conseguiu ultrapassar essa limitação, promovendo a cooperação entre humanos e robôs através de sensores 3D para monitorização do espaço de trabalho, reconhecimento e localização de objetos, programação de trajetórias por demonstração, entre outras tecnologias.

Com o desenvolvimento desta tecnologia, robô e operador humano pintam ao mesmo tempo o componente em questão, deixando de haver necessidade de o robô estar isolado numa célula robótica tradicional, protegido por barreiras físicas que não permitiam colaboração na pintura.

Um robô bem ensinado

“Antes de iniciar o processo de revestimento, o operador ensina ao robô como deve pintar, demonstrando-lhe. Durante o processo de pintura, um sensor de visão 3D examina, reconhece e localiza o objeto a pintar e corrige a trajetória do robô previamente ensinada. Para além disso, existe ainda um sistema que monitoriza uma série de zonas de perigo que detetam invasões ao espaço de trabalho do robô, permitindo que operador humano e robô trabalhem de forma colaborativa. Existe ainda um sistema de monitorização seguro que permite ao operador humano sinalizar o reinício do processo de forma ergonómica”, explica Rafael Arrais, investigador do INESC TEC.

Para desenvolver o robô os investigadores utilizaram uma plataforma de decisão automática desenvolvida no projeto HORSE, financiado pela Comissão Europeia, que seleciona o programa apropriado de revestimento, permitindo ao operador humano monitorizar as diferentes partes do processo.

A célula robótica colaborativa desenvolvida no projeto FLEXCoating já foi testada com sucesso na empresa portuguesa FLUPOL, uma PME portuguesa especializada na aplicação funcional de revestimentos. A introdução desta inovação vai contribuir para um aumento da eficiência e da flexibilidade no processo de produção, com um aumento estimado da capacidade de produção de cerca de 15% e uma otimização de perto de 10% do tempo de trabalho dos operadores, devido à colaboração com o robô de pintura.