Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), em conjunto com o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e a P2E, está a ajudar uma das fábricas da IKEA, em Portugal, a definir estratégias inteligentes de controlo dos sistemas de climatização e ventilação para o edifício.

Os objetivos desta parceria passam por ajudar a fábrica da multinacional sueca em Paços de Ferreira a melhorar a eficiência energética de diferentes sistemas e processos. Entre eles incluem-se sistemas de extração de poeiras ou gases, o aproveitamento de recursos renováveis, e ao mesmo tempo, a atingir níveis de conforto e qualidade de ar interior superiores aos atualmente verificados.

O projeto, denominado SmartClima, começou no início de 2020. Até ao início de 2021 está prevista a entrega de um conjunto de recomendações, um plano de eficiência energética, e um projeto de engenharia para as unidades da IKEA Indústry, em Paços de Ferreira.

Para além das questões relacionadas com a climatização e com a ventilação, os investigadores do INESC TEC e do INEGI irão também apresentar soluções relativas à produção de energia fotovoltaica, que incluem o aproveitamento local e eventualmente a utilização de outras tecnologias associadas aos sistemas que a IKEA dispõe, como, por exemplo, as de conversão eletrónica. Só com base nessas recomendações se poderá depois trabalhar num projeto cujo objetivo passe pela modernização da fábrica.

O trabalho já realizado

Numa primeira fase, foram necessárias várias atividades de campo e de estudo técnico, para se produzir um diagnóstico detalhado à fábrica, de modo a perceber as características técnicas, tecnológicas e operacionais dos diferentes sistemas. Um desses sistemas é o de ventilação para o qual se identificaram as diferente localizações, a forma como as diferentes unidades fazem extração e circulação de ar, mas, sobretudo, foi estudada a existência de fenómenos específicos, tais como a variação de pressão em determinados espaços.

O papel do INESC TEC, que é representado neste projeto pelo Centro de Sistemas de Energia (CPES), insere-se, sobretudo, na componente elétrica. Neste momento, o INESC TEC está a desenvolver uma série de análises, nomeadamente aos perfis de consumo e aos tarifários.

“Apesar de o projeto só concluir no início de 2021, até ao momento já foram detetadas uma série de melhorias que, quer por alteração técnica – alteração dos mecanismos de ventilação –, quer por alterações operacionais – como uma revisão a turnos – com a utilização coordenada de algumas máquinas, permitem aumentar a eficiência energética da instalação industrial e o aproveitamento de geração renovável local”, explica David Rua, investigador do CPES e responsável pela área de gestão de energia.

Note-se que estas iniciativas, que englobam a possibilidade de integração de recursos energéticos renováveis no tecido fabril, podem ter um grande impacto em termos ambientais e são um passo futuro na redução da pegada carbónica do setor industrial. O benefício para as próprias fábricas é, também, muito grande, não só pelo potencial de poupança económica na sua operação, mas também porque, ao investirem em soluções e estratégias de operação eficientes do ponto de vista energético, poderão analisar e prever como é feito o uso de energia nas próprias infraestruturas.