O INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e o INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia são duas das 14 entidades parceiras do “Asprela + Sustentável”, o novo “laboratório vivo” de energia da cidade do Porto, que terá a missão de contribuir para a descarbonização energética.

Para a criação da primeira comunidade energética renovável da cidade, que vai ser instalada no parque da Asprela para ensaiar modelos de microprodução de eletricidade para autoconsumo coletivo, o INESC TEC contribui com a análise dos fluxos energéticos e a definição da metodologia de medição do impacto.

Numa primeira fase, o grupo de trabalho do INESC TEC vai focar-se na identificação da potência e na caracterização da infraestrutura – necessárias para estabelecer um ponto de referência comparável com os resultados observados numa fase mais avançada do projeto. Numa segunda fase, o INESC TEC vai contribuir para a definição das metodologias de medição de impacto, uniformizando práticas e métricas a considerar para avaliação dos resultados do laboratório.

Além da caracterização da infraestrutura estática, caberá ao INESC TEC a caracterização das dinâmicas da comunidade. Para que a avaliação do valor acrescentado pelo projeto seja rigorosa, será necessário considerar dados relacionados com o esforço energético provocado pela região. Em causa estarão, assim, métricas ligadas à mobilidade – não só a que se faz dentro da comunidade, mas também a que se faz de fora para dentro, uma vez que a população considerada nos consumos não é toda residente na zona. Esta complexidade de variáveis, bem como a forma como se relacionam entre si, coloca o maior desafio para a equipa do INESC TEC, que terá de calcular a relação entre a energia produzida pela comunidade, o consumo real e o desperdício gerado.

Já o INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial terá a responsabilidade de trabalhar na frente dedicada ao combate à pobreza energética.

Para isso vai desenvolver um projeto piloto para mapear a sua prevalência no contexto da habitação social do Porto, através de inquéritos, monitorização de habitações e análise de resultados, com vista à identificação de medidas de mitigação e avaliação do impacto da sua implementação.

Um laboratório de oportunidades para o futuro

Não sendo o único a nível nacional, o “living lab” de energia da Asprela é o primeiro em Portugal a funcionar como “sandbox”, garantindo total flexibilidade e escalabilidade para acolher outras experiências no futuro. O modelo pode, assim, ser desenvolvido continuamente, acolhendo novas tecnologias e elementos à medida que for sendo necessário.

Diferente dos laboratórios e espaços de experimentação tradicionais, o “living lab” permite testar políticas públicas em cenários reais e sem isolar variáveis, preservando o impacto de todas as variáveis externas e fornecendo uma observação de resultados mais rigorosa e próxima da implementação final.

O projeto “Asprela + Sustentável” foi aprovado no âmbito do programa “Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono”, promovido pela EEA Grants. Reúne um consórcio de 14 parceiros, liderado pela Coopernico, e conta com um financiamento global de um milhão de euros.