O INESC TEC e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) integram o consórcio do projeto rePLANT, liderado pelo laboratório colaborativo ForestWise, que pretende criar novas tecnologias e serviços, na sua maioria suportados por tecnologias digitais, nas áreas da gestão integrada da floresta e do fogo.

O projeto vai implantar oito estratégias, estruturadas em atividades de investigação industrial, organizadas em três grandes áreas de atuação: gestão da floresta e do fogo, gestão do risco, e economia circular e cadeias de valor. Integra iniciativas como a monitorização da floresta através de câmaras óticas, o desenvolvimento de novos modelos de gestão florestal sustentável para as principais espécies florestais portuguesas ou o uso da robótica nas operações florestais.

O INESC TEC será responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias (tais como sistemas para inventário florestal e para apoio à decisão, planeamento e controlo das operações e logística, plataforma de IoT, máquinas e alfaias multi-funcionais e de precisão, sistemas de automatização e sensorização), assegurando a interoperabilidade e disponibilidade de dados de algumas destas novas soluções. Além disso, irá estudar possíveis modelos de negócios para comercializar máquinas/alfaias autónomas e fará também a aplicação de uma abordagem de modelos mentais para estabelecer estratégias de comunicação de risco adequadas.

“Este projeto constitui uma oportunidade única para criar as bases para a transformação que é necessária no setor florestal. O INESC TEC, em união com as empresas de maior relevância no setor florestal, energético e tecnológico associaram-se à academia e ao conhecimento para definir as melhores estratégias para a transformação em prol de uma floresta mais sustentável, preparando as necessidades das gerações futuras”, refere Reinaldo Gomes, investigador e gestor do projeto no INESC TEC.

Melhorar a “cadeia de valor da floresta”

O sentimento mobilizador em torno da floresta é também partilhado por Armando Sousa, professor e investigador da Faculdade de Engenharia que garante um “forte envolvimento na investigação relacionada com a gestão de risco e de melhoramento da cadeia de valor da floresta”. A equipa conta com investigadores do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e Computadores e do Departamento de Engenharia e Gestão Industrial da FEUP e os principais objetivos passam também por identificar estratégias para a mitigação dos problemas de ignições (incêndios).

Juntamente com outros co-promotores do projeto, os investigadores da FEUP esperam ainda “contribuir para o melhoramento das alfaias existentes no mercado por utilização de sensores avançados (incluindo a utilização de sensorização híper espectral) procurando o consórcio chegar a um nível de maturidade tecnológico TRL7 ou ainda superior”.

Com um investimento de 5,6 milhões de euros, o rePLANT é um projeto mobilizador apoiado pelo Compete Portugal 2020, através dos programas POCI e Lisboa 2020, sendo desenvolvido ao longo de 3 anos (2020-2023).

O projeto, apresentado publicamente a 23 de março, junta 20 entidades, desde empresas a universidades e centros de investigação para estudar a floresta e a sua valorização, envolvendo mais de 70 investigadores e técnicos especializados quer criar novas tecnologias para desenvolver a floresta portuguesa e torná-la mais segura.