João Lobato Oliveira, do INESC TEC, desenvolveu e integrou no robô um detetor de batidas musicais

Imagine que a televisão está ligada e as crianças brincam numa divisão da casa. A juntar ao ruído provocado por estas duas situações que se confundem, a campainha toca. Pode este som ser detetado por um robô? Um grupo de investigadores responsável pela criação do robô HEARBO, entre os quais está João Lobato Oliveira do INESC TEC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) , garante que sim.

O HEARBO tem “super-ouvidos”, que conseguem separar os sons e analisá-los individualmente, o que constitui um avanço significativo no domínio dos robôs. Esta conquista teve a ajuda de João Lobato Oliveira, que desenvolveu e integrou um detetor de batidas musicais e criou um algoritmo de  geração de movimentos de dança sincronizada com a batida musical em tempo-real. Todos os restantes componentes de audição robótica necessários foram também integrados de forma a criar um cenário de dança robótica interativa.

“O grande destaque do que foi desenvolvido está na capacidade do robô ser capaz de ouvir e perceber a batida musical de estímulos musicais contínuos, ao vivo, enquanto simultaneamente consegue  interagir verbalmente com um humano e contornar os elevados níveis de ruído gerados pelos motores do robô durante a dança (através métodos de supressão de ruído em tempo-real)”, explica João Lobato Oliveira.

Aplicado a uma situação real, o HEARBO seria, por exemplo, capaz de localizar um pedido de ajuda num cenário de catástrofe.

O robô é o resultado final de dois estágios feitos pelo investigador do INESC TEC na Honda Research Institute – Japão, no âmbito da tese de doutoramento que o estudante desenvolve na FEUP.

O HEARBO foi desenvolvido pelo Honda Research Institute–Japan, em colaboração com o INESC TEC e o Laboratório de Inteligência Artificial e Ciência de Computadores (LIACC).