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“Fitopomo” permite acesso eletrónico em tempo real a observações fitossanitárias

Instalado há seis meses na região do Oeste, o projeto piloto “Fitopomo”, coordenado pelo INESC TEC com o apoio de produtores e técnicos, está a monitorizar em tempo útil o aparecimento de pragas e doenças em mais de 4.000 hectares de plantação de maçã e pêra. Trata-se do primeiro projeto em Portugal a possibilitar a criação de alertas digitais e acesso eletrónico em tempo real a observações fitossanitárias (utilizadas para combater pragas e aumentar a produtividade agrícola) a produtores hortofrutícolas.

A ferramenta recolhe e trata, através de modelos de previsão, informação sobre vento, humidade, pluviosidade, quer para produtores individuais, quer para regiões. “Os resultados desta análise possibilitam a produção de alertas digitais enviados de forma automática e em tempo real para os produtores hortofrutícolas, que assim estarão preparados para responder mais eficazmente e no momento certo a eventuais ameaças de pragas e doenças”, explica César Toscano (investigador do INESC TEC). Esta plataforma ajuda ainda a garantir a segurança alimentar do produto final.

Para Alexandre Pacheco, da Associação de Produtores Agrícolas de Sobrena (APAS), na região Oeste, que acolheu o sistema, “a automatização dos procedimentos de recolha e tratamento primário de dados permite uma redução drástica na imputação de mão-de-obra técnica a esta tarefa, o que tem duas consequências imediatas: 1) A libertação de mão de obra técnica para o acompanhamento das restantes operações culturais e para a recolha de dados de campo; 2) A intensificação da monitorização, através da instalação de uma malha de instrumentação mais apertada, que retrate melhor a diversidade microclimática da região Oeste”, explica.

Antes da implementação deste projeto, toda a informação relevante estava a ser recolhida, mas demorava mais tempo a ser tratada e nem sempre era disponibilizada aos produtores em tempo útil. Com este projeto, o registo, validação e disponibilização da informação são feitos em menos de metade do tempo e com cerca de metade dos custos associados.

Esta plataforma inovadora é um dos resultados do projeto europeu eFoodChain, concluído em julho de 2014, que teve como objetivo estimular e facilitar a adoção de tecnologias de informação entre PME do setor alimentar.

O “Fitopomo” foi coordenado pelo INESC TEC em colaboração com a INOVA+ e teve como beneficiários a APAS e o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Português (COTHN), responsável pela transferência de conhecimento na fileira hortofrutícola. O projeto contou com a participação da empresa Freedom Grow, responsável pelo desenvolvimento tecnológico da plataforma digital.