O projeto INFRAVINI, que tem como parceiro o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), criou uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) temática para apoio à gestão das alterações climáticas na vinha, atualmente um dos maiores desafios do setor.

Esta ferramenta integra informação de sensores existentes na Região Demarcada do Douro e está publicamente disponível para uso dos viticultores locais, resultando de uma colaboração entre INESC TEC, GEODOURO, Associação para o Desenvolvimento Da Viticultura Duriense (ADVID) e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

A solução desenvolvida foi instalada e já está em funcionamento na Região Demarcada do Douro, o local escolhido para o piloto. O objetivo é contribuir para “minimizar os custos e os riscos de produção através de uma melhor gestão e monitorização das viticulturas”, refere Lino Oliveira, investigador do INESC TEC.

A solução tecnológica faz uso da informação proveniente de seis estações meteorológicas e além de apresentar diversos indicadores atuais, providencia ainda informação climática previsional.

Prevenir as alterações climáticas

As videiras são plantas muito sensíveis às condições atmosféricas, sendo a qualidade final das uvas afetada por condições como a temperatura e a humidade. O desenvolvimento do projeto foi motivado pela adaptação do setor vitivinícola às alterações climáticas, quer numa dimensão temporal, quer numa espacial.

“Temporalmente, as estratégias e políticas de adaptação têm que lidar com impactos potenciais, tanto a curto como a longo prazo. Numa vertente espacial, é fundamental decidir sobre as adaptações específicas baseadas em cada local”, explica Lino Oliveira, revelando que numa fase pós-projeto se pretende estender a solução a outras regiões.

Foi realizado em janeiro o webinar final do projeto com o tema “Gestão do Impacto das Alterações Climáticas na Vinha”, que contou com a participação de algumas das principais entidades que atuam na viticultura da Região Demarcada do Doutro, entre as quais o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), , a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), e a SOGRAPE. O vídeo da sessão pode ser visto aqui.

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.