Melhor desempenho mecânico, mais forte e resistente à delaminação. São estas as principais características de um novo material compósito, cuja inovação levou a um pedido de patente em Portugal. O material e respetiva técnica de produção nasceu de uma parceria entre o INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), e a chinesa National University of Defense Technology.

A inovação do novo material está na introdução de camadas de resina reforçada e de alta tenacidade nas superfícies externas do compósito durante o processo de fabrico. Uma construção única que confere propriedades superiores ao material.

O uso de materiais compósitos é cada vez mais comum, por exemplo, no setor dos transportes, onde a sua rigidez e resistência é essencial para construir estruturas leves e de alto desempenho.

As ligações adesivas de materiais compósitos, porém, são comumente suscetíveis a falhas por delaminação – um fenómeno resultante de altas cargas, que resulta na separação das camadas que compõem o compósito.

Lucas da Silva, um dos inventores deste material e diretor da área de Processos Avançados de Ligação do INEGI, explica que o material “minimiza este problema, sendo capaz de suportar melhor as cargas que normalmente causam esta falha precoce”.

Segundo o investigador e docente da FEUP, os materiais criados com esta técnica terão particular utilidade na indústria automóvel, de transportes, e de defesa, em estruturas sujeiras a impactos de peso crítico. ”

Estruturas de absorção de impacto em automóveis, por exemplo, poderão vir a beneficiar das propriedades que este material confere. Além de resistentes, “são mais leves e têm melhor desempenho do que as estruturas construídas com ligas metálicas”, conclui Lucas da Silva..