A investigadora Marta Gabriel, do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, tem vindo a colaborar com os esforços da Organização Mundial de Saúde (OMS) no sentido de estandardizar o diagnóstico da qualidade do ar interior, em particular no que toca à sua influência na saúde das crianças.

O convite para participar na consulta de especialistas foi feito pela primeira vez em 2018, e tem sido renovado anualmente. Sob o estatuto de temporary advisor (consultora temporária), Marta Gabriel tem vindo a participar em sessões de discussão organizados pela OMS para a definição de conteúdos de vários documentos oficiais. Entre eles inclui-se a publicação mais recente, dedicada aos “Métodos para amostragem e análise de poluentes químicos no ar interior (2020)”.

A consulta de especialistas que resultou nesta publicação tem como objetivo principal definir estratégias de monitorização dos poluentes químicos mais comuns em espaços públicos para crianças (escolas, jardins de infância e creches). Pretende-se desta forma contribuir ainda para o desenvolvimento e implementação de uma ferramenta para avaliação dos riscos que a exposição combinada a múltiplos poluentes químicos pode representar para a saúde das crianças.

“Grande entusiasmo”

Enquanto investigadora, Marta Gabriel liderou e participou em projetos nacionais e internacionais, a sua maioria relacionados com a problemática da qualidade do ar interior, que tem vindo a ganhar crescente expressão devido à rápida expansão de doenças, cuja causa lhe é frequentemente atribuída.

Um desses estudos, publicados recentemente, concluiu que há presença de poluentes no interior de várias habitações do distrito do Porto que, em caso de exposição continuada, podem vir a representar riscos para a saúde das crianças.

Esta experiência foi determinante para desempenhar o papel de consultora no âmbito das atividades da OMS. Como salienta Marta Gabriel, “o convite foi recebido com grande entusiasmo pela oportunidade de participar ativamente no trabalho que a OMS tem vindo a desenvolver no sentido de salvaguardar que as escolas sejam ambientes verdadeiramente promotores de conhecimento e saúde”.

Para esta agência, entidade especializada em saúde subordinada à Organização das Nações Unidas (ONU), as evidências científicas comprovam a importância do ar limpo para a saúde e bem-estar, pelo que assume como missão impulsionar o debate e a definição de políticas de saúde pública para reduzir a poluição do ar.