Maria Inês Almeida lidera o projeto que venceu a 2.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo.

O projeto «Vesículas Extracelulares e microRNAs como novas ferramentas de diagnóstico e terapia para Lesões Ósseas em Mieloma Múltiplo», liderado pela investigadora Maria Inês Almeida, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) venceu a 2.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo. O prémio, no valor de 15 mil euros, permitirá, durante um ano, desvendar os mecanismos do mieloma múltiplo, com o objetivo de encontrar novas terapias e ferramentas de diagnóstico, por forma a aumentar a qualidade e sobrevida destes doentes oncológicos.

O desenvolvimento de lesões ósseas e perda óssea são características do Mieloma Múltiplo. A perda óssea causada por esta doença, aliás, leva a um aumento do número de fraturas e a uma diminuição da qualidade de vida dos doentes. A equipa de investigadores do i3S, que inclui também Susana Santos e Mário Barbosa, propõe-se «travar» este processo de proliferação das células do mieloma e, simultaneamente, encontrar terapias para estas lesões ósseas, por forma a aumentar a sobrevida destes doentes.

O prémio de 15 mil euros foi atribuído pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia e a Sociedade Portuguesa de Hematologia, em parceria com a Amgen Biofarmacêutica.

Com esse objetivo, explica Maria Inês Almeida, «pretendemos explorar a comunicação entre os diferentes tipos celulares que existem no osso, utilizando os micro(mi)RNA, que são uma classe de pequenas moléculas reguladoras da expressão génica que não codificam proteína e que sabemos estarem envolvidas no início e na progressão do mieloma múltiplo».

Para além disso, os investigadores pretendem igualmente usar os micro(mi)RNA como ferramenta de diagnóstico, recorrendo a amostras de doentes para analisar os níveis destas moléculas no sangue e na medula óssea. Um trabalho que será desenvolvido em colaboração com o oncologista Herlander Marques, do Hospital de São Marcos, em Braga, e investigador do CINTESIS.

Este financiamento, adianta a investigadora, «vai permitir desenvolver uma linha de investigação que alia o estudo da biologia do osso à oncologia numa lógica conjunta de terapia e de diagnóstico».

A 2.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e da Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) em parceria com a Amgen Biofarmacêutica.