O investigador Bruno Pereira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), conquistou recentemente um financiamento de 30 mil euros no âmbito do programa «Merck Biopharma Speed Grant». Trata-se de uma modalidade de financiamento promovida pela empresa farmacêutica Merck e destinada a acelerar a inovação e a investigação pré-clínica em diversas áreas científicas, incluindo na oncologia, que permitirá ao cientista estudar novas terapias para tratamento do cancro colorretal.

O objetivo do projeto, denominado «ResistNET», é “identificar fatores de regulação dos genes, nomeadamente os que controlam o RNA, e que possam estar envolvidos na resistência às terapias convencionais de combate ao cancro colorretal”. Ao mesmo tempo, Bruno Pereira espera descobrir novos alvos terapêuticos mais eficazes do que os existentes.

Para desenvolver o seu trabalho, o investigador vai criar modelos celulares 3D de organoides de tumores do cólon (tumoróides) resistentes às terapias tradicionais a partir de amostras derivadas de pacientes.

“Trata-se de um método inovador, muito próximo da realidade clínica do doente, onde poderemos analisar o que acontece nas células tumorais durante o processo de aquisição de resistência e, com base nessa informação, testar terapias alternativas”, explica o investigador.

Esta linha de investigação segue uma outra financiada no concurso de projetos da FCT do ano passado e que inclui a criação, em conjunto com o IPO-Porto, de um biobanco de tumoróides humanos do cólon. Este biobanco, que ficará no i3S, deverá arrancar este ano e permitirá “desenvolver vários estudos de cariz básico e translacional. É uma ferramenta biológica de relevo indiscutível e que nos colocará na linha da frente da investigação neste contexto oncológico em particular”, garante Bruno Pereira.

O projeto ResistNET será coordenado por Bruno Pereira e co-coordenado por Raquel Almeida, líder do grupo «Differentiation & Cancer», e envolve ainda as investigadoras Vanessa Machado e Ana Rita Silva. Da equipa faz também parte a investigadora Carmen Jerónimo e investigadores clínicos e de translação, do IPO-Porto, bem como um grupo de cientistas da Universidade de Glasgow.